A Organização Internacional do Trabalho (OIT) está desenvolvendo um programa para erradicar a exploração sexual e o trabalho infanto-juvenil na fronteira. A região é tida como uma das principais rotas usadas por aliciadores que enviam menores aos países vizinhos.
O projeto foi anunciado nesta sexta-feira em Brasília e será apresentando dia 31 em Foz do Iguaçu. Para a coordenadora brasileira do Programa de Prevenção e Eliminação da Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes na Fronteira Brasil/Paraguai, Isa Ferreira, a idéia é promover a integração dos dois países contra problemas que ocorrem na infância de jovens carentes. Os principais são gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, trabalho forçado e evasão escolar.
O projeto será o tema do encontro que reunirá, na próxima semana em Foz, membros da OIT. "Vamos discutir os problemas locais para depois trocar idéias com o país vizinho", disse o secretário José Pereira Sodré.
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A secretaria realizou duas pesquisas este ano em busca de números sobre o trabalho e a prostituição infantil. "Não conseguimos números ligados a exploração sexual porque as crianças de rua têm medo de admitir tal prática", observou Sobré.
Na pesquisa feita em março, 466 crianças viviam nas ruas. No mês passado, houve a redução para 253. Entre os entrevistados, mais da metade disse que estudava e trabalhava um período. Três assumiram viver da prostituição e 24 admitiram uso de drogas. Os dados servirão para ampliar o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) do município, que mantém 108 crianças. Todas recebem bolsa mensal de R$ 40,00 e atividades de reforço escolar no período em que não estão nas salas de aula.
Foz é conhecida por registrar casos de brasileiras aliciadas por "traficantes de prostitutas", pessoas que encaminham jovens para casas noturnas argentinas e paraguaias. O último caso ocorreu há uma semana. Sonia Maria Luiz, 26 anos, e Roberto Oscar Bruno, 29, foram presos em flagrante tentando levar três mulheres para prostíbulos argentinos. A Delegacia da Mulher de Foz do Iguaçu investiga casos semelhantes. "Apenas um dos inquéritos registra 30 vítimas. Ainda não encontramos menores, mas temos certeza que muitas meninas são enviadas aos países vizinhos usando documentação falsa", comentou a delegada Daisi Terezinha Dorigo Barão.