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Operadoras e conteúdo sem fio se acertam

(WebInsider)
17 set 2001 às 17:53

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Modelos de negócios disponíveis
Bruno Miguel, da Diamond Cluster, mostrou os possíveis graus de envolvimento entre as operadoras e provedores. O nível inicial é quando o provedor tem interesse em utilizar a plataforma de distribuição da operadora e paga para isto. Como exemplo há o banco que informa via SMS dados de extrato.
Em um nível mais acima, a operadora tem interesse em pagar por determinado serviço. Ela poderá então desenvolver internamente ou, principalmente, buscar nos provedores uma negociação - seja através da compra do serviço ou do compartilhamento de receitas geradas pelo conteúdo ou serviço em questão.
No nível mais elevado, onde o serviço seja de importância estratégica elevada para a operadora, esta pode até investir no provedor de conteúdo ou serviços.
A visão das operadoras
Eduardo Giestas, da TIS (Tess Internet Services), explicou que nesta relação entre operadora e provedores, a operadora é a que tem o conhecimento do cliente, o relacionamento de cobrança com ele (através de débito em cartões pré pagos ou fatura mensal) e também a capacidade de localização do usuário para o desenvolvimento de serviços baseados em LBS (Location Based System).
Com relação aos desafios do SMS no Brasil, Giestas falou da importância da interoperabilidade entre as operadoras, onde um usuário mesmo em roaming possa enviar e receber mensagens. Citou também a necessidade da penetração de aparelhos que possam enviar mensagens, os chamados SMS MO (Mobile Originated) e foco no público jovem.
Aparelhos e redes
Emerson de Estéfano, da Telesp Celular, disse que em outubro sua empresa irá disponibilizar a rede CDMA a 144 Kbps. Além da velocidade dez vezes maior que a atual, os aparelhos terão uma conexão "always on" e os aparelhos celulares terão maior qualidade gráfica. Os terminais com tela colorida deverão chegar no primeiro trimestre do próximo ano.
Marcelo Arakaki, da NEC do Brasil, mostrou que velocidade não é fator de sucesso, pelo menos no Japão. O Ez Web, que possui velocidade de 64 kbps, perde em audiência para o I-Mode, de 9,6 kbps. Este último possui uma oferta de serviços maior e também uma forma de cobrança por pacotes considerada mais justa.
Arakaki demonstrou um ring tone em um aparelho do mercado japonês e ficou evidente a diferença brutal em relação aos nossos aqui no Brasil. A melhor comparação coloca os nossos como musiquinhas MIDI do alto falante padrão do micro e os dos japoneses como se tivessem uma placa de som.
Segundo ele, as operadoras TDMA serão engolidas se não se mexerem, principalmente por causa dos novos aparelhos CDMA 2,5G.
Celulares vs. palmtops
Luis Felipe Castro, da Hands, que desenvolve soluções para celulares e palmtops, comparou os dois tipos de dispositivos.
Nos celulares destacou as vantagens de maior facilidade de conexão e maior penetração no mercado. Como desvantagens citou o pequeno visor, a difícil entrada de dados e dependência de disponibilidade da rede.
Nos palmtops as vantagens são a interface amigável, o armazenamento e capacidade de processamento local. As desvantagens são as poucas opções de conexão atualmente e o incômodo da pessoa ter que levar mais um dispositivo.
Portais wireless
Maria Fernanda Oberlander, da w-Aura, falou das principais fontes de receitas dos portais wireless: a propaganda, o air time (tempo de conexão), a assinatura paga pelo usuário e a comissão de transações. E que tudo isto depende principalmente de escala.
Maria Fernanda mencionou também a importância do desenvolvimento de aplicações para o público jovem - aplicações que visem conectividade e diversão, construção de relacionamentos e personalização de design e funcionalidades.
Fabian de la Rúa, CEO do Selig, contou um pouco sobre a empresa e os diversos serviços que presta, entre eles a implantação das vending machines da Coca-Cola. Através deste serviço, uma parceria com a BCP, basta a pessoa discar de seu celular o número da máquina que ela libera a escolha do refrigerante. O sistema necessita da compra de créditos no site do Selig. Segundo Fabian, apesar de ser tecnicamente possível a cobrança na conta ou débito no cartão pré pago, as empresas esbarraram no problema da cobrança de impostos.
Terminando sua apresentação de maneira bem humorada, Fabian apresentou um convite hipotético enviado das operadoras para os provedores - os provedores sendo convidados a dividir o bolo com as operadoras. Fabian se referia à divisão de receitas proveniente do uso dos serviços prestados pelos provedores através das operadoras, na qual atualmente somente estas últimas ficam com as receitas.
Ring tones
Victor Silva, da w-Aura, contou a experiência de sua empresa em desenvolver a plataforma de ring tones para operadoras como ATL e BCP.
É preciso ter licença cobrindo os direitos autorais das músicas, acompanhar canais de programação musical como rádios para sempre ter as músicas da moda e uma equipe com um engenheiro de som e quatro músicos para que as músicas sejam fiéis às originais.
Explicou também que os ring tones são um m-commerce com grande potencial, uma vez que os tons são vendidos para que o usuário possa personalizar seu telefone pelo som. Outra possibilidade também é o envio de ring tone como presente para uma pessoa, como uma música Parabéns pra você ou um tema de seriado de TV.
Com relação aos sistemas de cobrança (billing), disse que eles precisam atender tanto as plataformas de pós como pré pagos, sendo que a compra de cada ring tone é debitada na conta ou no cartão pré pago.
Jogos wireless
Roger Douek, da RD Telecomunicações, falou que os jogos são o segundo serviço wireless mais procurado, com 10% da preferência, perdendo apenas para o chat, com 26%. Explicou a importância de ter o desenvolvimento feito por profissionais brasileiros, para que sejam criados jogos regionais. Como exemplo, citou os times de futebol de cada estado. Douek finalizou a apresentação também mencionando a necessidade do compartilhamento de receita entre operadora e desenvolvedores para alavancar o crescimento do mercado.
Regina Helena de Macedo falou dos agentes motivacionais para o uso de jogos wireless -premiação, reconhecimento pessoal, desafios, ação e equipes. E os pontos chave de sucesso seriam interatividade, conectividade, continuidade dos personagens, criação de comunidades e combinação com o marketing, chamado de Advertainment (advertising + entertainment).
Location Based System
Rodrigo Parreira, da Promon IP, falou sobre LBS (Location Based System) e sua proposta de valor para o usuário final. No eixo pessoal destacou a segurança, onde bens e pessoas podem ser localizados no tempo e no espaço. Na economia, pessoas podem estar acessíveis a promoções relâmpago. No eixo externo, a conveniência de localizar as melhores e mais próximas alternativas e por último a socialização, onde pode ser localizado um amigo que esteja próximo.
Parreira destacou que a privacidade é um fator crítico e deve estar nas mãos do usuário. Fazendo uma analogia com os comunicadores instantâneos, citou o modo invisible, onde apesar da pessoa estar com o celular ligado, as informações de sua posição não são passadas aos aplicativos que se encarregam de enviar as mensagens.
NTT DoCoMo
Apresentando o principal caso de sucesso mundial, Eikichi Suzuki, da NTT DoCoMo Brasil, falou sobre o crescimento do i-Mode, que hoje conta com 26,1 milhões de usuários no Japão. Mostrou que a receita média por usuário (ou ARPU, average revenue per user) do i-Mode continua crescendo, enquanto a de voz diminui.
Suzuki explicou também o modelo de parcerias deles com os provedores, que ficam com parte das receitas geradas pelo i-Mode.
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