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Pacientes morrem aguardando UTI

Denise Angelo - Folha do Paraná
06 jul 2001 às 09:03

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Em uma semana três pessoas morreram no Pronto-Socorro Municipal de Ponta Grossa aguardando uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os três casos foram registrados durante esta semana. O município, que é pólo de uma região que envolve 700 mil habitantes, conta com 22 leitos de UTI, sendo que somente 16 atendem pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para piorar a situação, o Hospital Bom Jesus teve que interditar três dos seus cinco leitos de UTI por causa do aparecimento de uma bactéria multiresistente, reduzindo ainda mais a oferta.

O secretário municipal de Saúde de Ponta Grossa, Ricardo Mussi, reuniu ontem a imprensa para dizer que o município não pode ser responsabilizado pelas mortes. "O que nós podemos fazer é dar o atendimento possível para estes pacientes. E isto nós fazemos com qualidade", assegura.

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Para demonstrar que as mortes não estão relacionadas com a qualidade do atendimento prestado, o secretário mostrou um comparativo com os outros hospitais da cidade. Desde o começo do ano, no Pronto-Socorro morreram 81 pessoas, enquanto que no Hospital Bom Jesus foram 151 óbitos e na Santa Casa 158.

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A falta de leitos, segundo Mussi, é um problema que atinge todo o Estado. "Os leitos existentes estão mal distribuídos", considera. Além disso, o alto custo para implantar uma UTI também limita as ações públicas no setor. "Hoje para nós é mais fácil incentivar a implantação de uma UTI num hospital particular, do que tentar credenciar leitos do Pronto-Socorro, por exemplo", considera.


O secretário informou que já entrou em contato com a diretoria do Hospital Vicentino, a única casa de saúde de Ponta Grossa que tem espaço físico para abrigar novos leitos de UTI, pedindo para que o hospital providencie o credenciamento junto ao SUS. O custo médio para implantação de um leito de UTI gira em torno de R$ 100 mil, segundo o diretor geral do Instituto de Saúde, médico César Oda.

Esse custo envolve toda a estrutura que o hospital precisa ter para conseguir o credenciamento, como laboratório e radiologia funcionando 24 horas, equipes compostas por neurocirurgião e cardiologistas, entre outras especialidades e equipamentos sofisticados que permitam a realização de exames como tomografias.


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