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Paraguaios mantêm bloqueio na Ponte da Amizade

Emerson Dias - Folha do Paraná
12 set 2001 às 11:30

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Cerca de 3 mil manifestantes paraguaios continuam mantendo bloqueada a Ponte da Amizade (que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Este) até que o governo federal decida acatar parte das reivindicações, entre elas a implantação de uma zona franca na região de fronteira e a valorização da mão-de-obra local em substituição aos 80% das vagas ocupadas por brasileiros. Até a noite de antem, nenhum veículo cruzou a fronteira.
Durante a manhã, ocorreram protestos na ponte e também na praça da Câmara Municipal da cidade. O prédio foi cercado pela tropa de choque do Exército, na tentativa de garantir a segurança aos cinco ministros vindos da capital Assunção. A reunião, iniciada às 14h30, contou os ministros da Defesa Nacional, Angelo Candia; da Fazenda, Francisco Oviedo; do Interior, Julio Cezar Fanego, da Justiça e Trabalho, Silvio Ferrera; e da Indústria e Comércio, Euclides Acevedo.
O encontro prosseguiu até as 17h30, mas não houve acordo entre manifestantes e autoridades federais. "Não recebemos respostas concretas. Apenas ouvimos acusações contra os empresários locais", lamentou um dos coordenadores da paralisação, Francisco Vera Ruiz Diaz. Ele se referiu aos comentários do ministro Ferrera sobre corrupção, contrabando e sonegação de impostos.
Também foram discutidas as reformas iniciadas pelo DNER na Ponte da Amizade, que devem prejudicar o comércio paraguaio a partir desta semana devido à interdição de metade da pista. Os ministros informaram que as obras fazem parte de um acordo bilateral e que a programação não pode ser alterada.
Sobre as mudanças solicitadas pelos moradores de Ciudad del Este em relação aos brasileiros trabalhando no comércio local, o ministro Ferrera disse que possíveis restrições poderiam ser autorizadas somente pelo presidente Luiz Gonzalez Macchi. Segundo cálculos da Câmara de Comércio paraguaia, dos 6,2 mil postos de trabalho existentes na cidade, perto de 5 mil seriam ocupados por brasileiros. Foi cogitado um encontro entre autoridades brasileiras (representantes da Receita e Polícia Federal) e uma comitiva paraguaia, mas os ministros não confirmaram a reunião.
Com o bloqueio da ponte, os poucos sacoleiros brasileiros que arriscavam cruzar a fronteira faziam a travessia a pé. Elias dos Santos, comprista de 47 anos vindo de Mundo Novo (MS), preferiu pernoitar pela segunda vez em Foz para "não perder a viagem". "Tinha passagem marcada para às 15 horas, mas desisti. Amanhã (hoje), ficarei aqui no Paraguai porque tenho a opção de voltar pelo interior do país", comentou Santos, referindo-se à fronteira seca ao norte do Paraguai próxima ao Mato Grosso do Sul.
A paralisação prossegue por tempo indeterminado. Caminhões, ônibus e tratores colocados na entrada da aduana impedem a circulação de veículos (diariamente, cerca de 19 mil veículos e 15 mil pedestres cruzam a fronteira). Empregados que participam do protesto contam com o apoio de sindicatos, associações de moradores e dos próprios empresários, que decidiram fechar as portas desde anteontem.
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