Não há nenhum controle centralizado sobre a apreensão de armas e munições ilegais no Estado. Nem mesmo a Polícia Federal, órgão responsável pela fiscalização de contrabando, tem um levantamento sobre as ocorrências registradas no ano passado. A falta de informações sobre o assunto aconteceria, de acordo com autoridades das polícias federal e civil porque a maioria das apreensões é encaminhada como prova, anexada aos inquéritos, para julgamento da justiça federal ou estadual, dependendo do âmbito do crime.
Na Vara da Justiça Federal de Curitiba, responsável pelos inquéritos de competência federal de 40 municípios da região, a quantidade de armamento depositada no ano passado é pequena. De armamento pesado, foram registradas apenas uma metralhadora, um fuzil automático e duas mini-metralhadoras, além de oito espingardas, seis pistolas, um revólver, 12 cartuchos de espingarda, uma besta (espécie de arco e flecha) e munição.
De acordo com a diretora do Núcleo de Apoio Judiciário, Elaine Aparecida da Silva Ramos, as apreensões referem-se a contravenções como o contrabando, crimes contra a fauna, ação irregular de caçadores e um assalto a agência da Caixa Econômica Federal do município de Rio Negro (sul do estado). Para ela, a maior parte das apreensões deve ocorrer nas circunscrições da Justiça Federal de Foz do Iguaçu e Londrina, em função da proximidade dessas cidades com Argentina e Paraguai e São Paulo, respectivamente.
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No ano passado, uma das maiores apreensões de armas aconteceu em 15 de outubro, com a prisão de Marcelo Moacir Borelli. Acusado de chefiar uma das maiores quadrilhas de roubo de carros-fortes e aeroportos, Borelli detido por agentes federais na BR-277 em São Luis do Purunã (50 km a noroeste de Curitiba), quando tentava passar no pedágio com um caminhão carregado de armas proibidas no País compradas em Ciudad del Leste, no Paraguai.
Segundo o superintendente da Polícia Federal Luiz Melzer, com Borelli foram apreendidos quatro fuzis, quatro granadas, uma sub-metralhadora, três pistolas, um revólver, carregadores de armas, além de mais de mil pacotes de munição, entre elas material utilizado na artilharia anti-aérea.
Na Delegacia de Explosivos, Armas e Munições de Curitiba também não existem armas pesadas armazenadas. Essas são anexadas aos inquéritos e encaminhadas ao Juizado Especial Criminal. Segundo o investigador Antonio Carlos Rodrigues, em 2000 a Delegacia apreendeu 976 armas.
Em todo o Estado, ele calcula que a justiça estadual deva ter recolhido aproximadamente 1,7 mil armas. "A maioria é de revólver e pistola, pegos em situações diversas, como ameaças de morte, homicídios, inexistência de porte de arma ou porte vencido", diz.
Na Polícia Federal, o superintendente Melzer afirmou que ainda teria que fazer um levantamento para quantificar as apreensões do Estado. "São apreendidos todos tipos de armas, se ela não tem registro de procedimento, se é de porte proibido, se é contrabando, se é instrumento de crime", diz, sem saber precisar quais os tipos mais comuns no Paraná. "A Polícia Federal tem cerca de 5 mil inquéritos em andamento no Estado. Só em Curitiba, foram abertos 1.043 inquéritos no ano passado".