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Pedágio: cálculos não batem com contrato

Israel Reinstein - Folha do Paraná
29 nov 2000 às 11:01

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Os índices de reajuste do pedágio ventilados pelo governo do Estado - entre 13% a 18% - não estão batendo com o que determina o contrato com as concessionárias do Anel de Integração. A pedido da Folha, o coordenador técnico de Economia do Departamento Intersindical de Estatística e de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Cid Cordeiro, fez o cálculo do reajuste, usando a fórmula definida em contrato.

E os resultados estiveram acima dos parâmetros que podem ser aplicados a partir de 1º de dezembro. Os dois cálculos foram feitos, usando o período que o governo vem vazando à imprensa.

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Oficialmente, o secretário de Comunicação, Rafael Greca, vem dizendo que a inflação imbutida na tarifa é referente de 18 meses. Com isso, o cálculo de Cid Cordeiro atingiria a cifra de 25,44%. Assim, um carro pagaria R$ 5,39 para ir de Curitiba a Paranaguá, pela rodovia administrada pela Ecovia, contra os atuais R$ 4,30.

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No entanto, internamente no Departamento de Estradas de Rodagem (DER), os engenheiros estão se baseado em outra interpretação do contrato, que permite um cálculo do período de novembro de 1996 a outubro de 2000. Assim, o pedágio sofrer uma recomposição de 34,97%. Baseado nesse índice, o valor da tarifa do mesmo carro na Ecovia, subiria de R$ 4,30 para R$ 5,80.

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Cordeiro entende que estes índices são altos. Para ele, a fórmula que o governo adota permite essas grandes elevações. Uma das razões para isto é que os indicativos inflacionários são defasados, possibilitando com que as concessionárias ganhem em cima desses cálculos. "O processo todo precisa ser repensado", resumiu o economista.


Para Cordeiro, todo o cálculo do pedágio está distorcido. "O problema começou com a definição de preço, que foi feita pelo governo para atender as empresas que ganharam a concorrência", disse. "Não se sabe os critérios iniciais", questionou.

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Outra distorção seria com os pesos dados para cada índice da fórmula de pedágio. Ao todo, são 12 componentes definidos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre eles o IGPM, as médias anuais dos custos de terraplenagem, pavimentação, obras especiais, construção civil, consultoria rodoviária e o Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM). Por exemplo, os gastos feitos com consultoria rodoviária representam 30% do valor da tarifa. Já o que se paga com asfalto, não passa de 20%. "A própria FGV está reavaliando os índices rodoviários, porque eles estão superestimados, por não levar modernização tecnológica, que significou em redução de custos", acrescentou.


Outro ponto que está sendo criticado é que a fórmula que reajusta o pedágio não leva em conta o cumprimento do cronograma de obras. "É preciso criar um redutor das tarifas, em função do que foi realizado de duplicações ou construções de passarelas", afirmou o economista.

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Também, ele quer que seja incluído um redutor dos ganhos extras das concessionárias. Por exemplo, os dutos de gás, telecomunicação e energia pagam tarifas por passarem na faixa de domínio das estradas.


Reunião

Ontem, não houve o encontro que definiria o valor da alta das tarifas, sendo adiado sem uma data fechada. E a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) também vem evitando falar sobre o assunto.


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