O Centro de Estudos do Mar, da Universidade Federal do Paraná, descartou, em laudo emitido hoje, que a mortandade de peixes, particularmente sardinhas-xingó, verificada entre os dias 29 de dezembro e 3 de janeiro na Baía de Paranaguá, no litoral paranaense, tenha sido causada por alguma doença ou toxinas de microalgas.
Para as autoridades ambientais, a hipótese mais forte é de que os peixes foram despejados por algum navio pesqueiro, embora estudos sobre possível contaminação química ainda estejam sendo feitos. Segundo o laudo, foram capturadas outras espécies de peixes para ver se poderiam ter transmitido alguma doença às sardinhas-xingó. "Os resultados destes novos exames realizados não indicaram sinais de patologias que pudessem ter ocasionado a mortandade dos peixes", diz o documento.
Em relação às toxinas de microalgas, o relatório aponta a inexistência de espécies comumente ligadas à mortalidade massiva de peixes. "Estes resultados sugerem ser improvável a hipótese de que uma floração de microalgas nocivas, ou maré vermelha, tenha sido a responsável pelo evento de mortandade de sardinhas-xingó", afirma.
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O Centro de Estudos do Mar continua a realizar análises de componentes nitrogenados na água, para investigar possível contaminação por vazamento de amônia. O resultado deve ficar pronto próxima quinta-feira. Mas, preliminarmente, técnicos do centro dizem que, "mesmo que análises adicionais nos organismos afetados venham a mostrar a presença de algum contaminante químico, não seria possível relacioná-la a um único vazamento ou evento de contaminação e atribuí-la como a causa da mortalidade da sardinha-xingó".
Para eles, o fato de atingir particularmente essa espécie também diminui a possibilidade de contaminação química. O secretário de Meio Ambiente de Paranaguá, Paulo Emanuel do Nascimento Júnior, disse que no dia 27 de dezembro houve um vazamento de produto químico entre os berços 214 e 217 do porto. Segundo ele, a prefeitura está realizando um laudo paralelo sobre a possibilidade de contaminação química.
Com a convicção maior das autoridades ambientais do Estado de que os peixes podem ter sido descartados por algum barco pesqueiro, a Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar a ocorrência. As autoridades calculam que cerca de cinco toneladas de peixes teriam aparecido mortos.