Pelo menos 20 pessoas são investigadas no caso do empréstimo de US$ 10 milhões (cerca de R$ 23 milhões) do governo do Estado à Detroit Motores, que teria oferecido como garantia do financiamento, um terreno de apenas R$ 18 mil em 1997. A denúncia é apurada pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC) desde março deste ano.
As pessoas citadas na denúncia trabalhavam no Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE) - criado pelo governo do Estado para atração de empresas e na Companhia de Desenvolvimento de Curitiba, que pertence à prefeitura da Capital. Também são citados vários advogados.
De acordo com o coordenador da PIC, procurador Dartagnan Abilhôa, o caso está em fase de produção de provas que sustentam a abertura de um inquérito policial. Ele estima que vai precisar de mais um mês para definir se as investigações vão prosseguir.
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Durante toda a tarde de ontem, a Folha tentou obter uma posição da Secretaria de Fazenda do Estado sobre a maneira que o empréstimo foi concedido à Detroit, mas novamente, nenhuma pessoa foi localizada pela assessoria para falar sobre o caso.
Na Paese Participações Societárias Ltda, que adquiriu o terreno da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba e o revendeu para a Detroit, é de que o dono da empresa, Sérgio Manfredi Paese, estava viajando e só retornaria hoje. Na Detroit, a informação é de que os diretores da estavam fora da empresa, participando de uma reunião.
A denúncia que chegou ao Ministério Público é de que a Paese comprou um terreno de propriedade da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba por R$ 18 mil. Havia uma cláusula no contrato que só permitia a revenda para a própria companhia, mas o imóvel foi negociado pela Paese por R$ 3,1 milhões com a Detroit, que produzia os motores da picape Dakota, fabricada pela montadora Chrysler em Campo Largo.
O mesmo imóvel em poder da Detroit foi dado como garantia de um empréstimo de US$ 10 milhões, em fevereiro de 1997, junto ao Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). O dinheiro foi liberado em cinco parcelas. A promotoria recebeu a informação de que o registro do imóvel só passou para a Detroit um ano depois de efetuada a transação.
A promotoria quer confirmar ainda, se a forma de pagamento do empréstimo foi privilegiada. Pelo contrato, a Detroit pagaria os US$ 10 milhões em uma única parcela, em moeda nacional, daqui a seis anos, sem juros e correção monetária.