Centenas de estoques, garfos, colheres, giletes e cordas foram encontradas durante a Operação Pente-fino da Polícia Militar na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. O material foi retirado da cantina e dos locais da unidade penitenciária onde ainda ficam alguns entulhos por causa das obras de reforma por causa da última grande rebelião, ocorrida no ano passado.
"Foi feita a limpeza do entulho, mas ainda tem muita coisa", afirmou o major Nemésio Xavier de França, comandante do Batalhão de Polícia de Guarda dos Presídios (BPGD).
Os presos conseguiram confeccionar "teresas" (cordas entrelaçadas em formato de escadas) na tentativa de conseguir fugir do Sistema Penitenciário. Com os estoques, os presos cavam buracos na unidade e podem render os agentes penitenciários. Serras feitas com metal auxiliam os detentos na fuga e na passagem pelas portas com celas. "Eles conseguem usar qualquer coisa para fazer uma arma ou material cortante. Desde grampos de roupa e cobertores até parafusos e tesouras", disse ele.
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Dezenas de pedaços de madeira foram encontradas nas celas. Todas elas vistoriadas por cerca de 150 policiais militares. Além dos materiais recolhidos dos entulhos foram encontrados canivetes e tesouras que devem ter entrado na unidade por visitantes.
A Penitenciária Provisória de Curitiba também foi submetida a uma revista rigorosa dos policiais, mas pouco material foi encontrado. "Nosso maior problema está mesmo na PCE", afirmou o major Xavier, lembrando que 1,5 mil internos cumprem pena no presídio.
A Operação Pente-fino deverá ser realizada rotineiramente. As principais preocupações são com a direção da unidade, os funcionários, os presos conscientes e os próprios familiares. "Temos que evitar as fugas e rebeliões. Presos na rua podem significar crescimento da marginalidade. E é isto que temos que impedir", complementou.