Três policiais militares vão ser ouvidos hoje para confirmar que o sargento Ademir Leite Cavalcante foi um dos autores do atentado contra a sede da Promotoria de Investigações Criminais (PIC). Cavalcante prestou depoimento ontem à tarde por duas horas e negou envolvimento no caso. "Sou inocente. Não devo nada", afirmou o sargento, saiu da Divisão de Narcóticos (Dinarc) algemado e com um colete à prova de balas.
O delegado-chefe da Dinarc, Adauto Abreu de Oliveira, que comanda as investigações, disse que Cavalcante falou sobre sua participação no incêndio a dois soldados e um cabo no dia 30 de dezembro, 24 horas depois do ataque contra a PIC. Segundo o delegado, o sargento revelou aos policiais quem mandou atear fogo na promotoria para destruir provas contra o crime organizado no Estado. A identidade do mentor do atentado é mantida em sigilo.
Adauto justificou que ainda não tem provas para pedir a prisão do mandante. Relatou que o suspeito foi citado na CPI Nacional do Narcotráfico em sua passagem por Curitiba, há 11 meses. Perguntado se ele é um advogado, o delegado respondeu: "temos os nossos suspeitos, mas seria imprudente apresentar sua identidade agora. Precisamos juntar mais provas". Ainda ontem à noite, seriam ouvidos os policiais civis Mauro Canuto e Edson Clementino da Silva, o Lambe-Lambe, e o técnico em eletrônica Sérgio Rodrigues de Oliveira.
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Assim como Cavalcante, que está preso no Batalhão da Polícia de Guarda, no Presídio do Ahú, em Curitiba, os dois policiais civis e o técnico negaram qualquer ligação com o atentado. Todos foram presos entre a noite de sexta-feira e sábado passados com mandados de prisão temporária expedidos pelo juiz Joscelito Sé Giovani, da Central de Inquéritos. À meia-noite de hoje vence o prazo da prisão temporária de cinco dias de Mauro Canuto, Lambe-Lambe e Oliveira. Adauto disse que vai encaminhar à Justiça o pedido de prorrogação da prisão dos acusados por mais cinco dias.
Os acusados apresentaram álibis para sustentar que não se encontravam na sede da PIC quando o fogo foi provocado. Adauto disse que Canuto afirmou que ficou em casa com familiares e o sargento Cavalcante disse que dormia na hora do atentado. O delegado informou que Lambe-Lambe alegou que estava numa boate junto com o repórter Sibonei Nascimento, que trabalha no programa de tevê do deputado estadual Luiz Carlos Alborghetti (PTB). Oliveira não teria participado diretamente do atentado.
O advogado de Mauro Canuto, Murilo Buchmann, disse que seu cliente é inocente e que vai livrá-lo da cadeia nas próximas horas. O defensor de Oliveira, Marden Maués, confirmou que o acusado conhecia Canuto, mas afirmou que isso não é suficiente para incriminá-lo. Sobre a aparelhagem de escuta telefônica encontrada na casa do técnico em eletrônica, o advogado declarou que por enquanto, Oliveira é apenas "um suspeito". Ele foi autuado em flagrante por escuta telefônica ilegal e porte de documentos falsos. Cédulas de identidades de outros estados também foram encontradas na residência do técnico.