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Polícia Civil prepara paralisação

Elisa Marilia Carneiro - Folha do Paraná
09 abr 2001 às 09:42

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Sem descartar a possibilidade de uma greve geral por tempo indeterminado, cerca de 700 policiais civis do interior do Estado chegam hoje a Curitiba para se juntar aos quase 1,5 mil policiais da capital. Eles pretendem promover uma paralisação de 24 horas, seguida de grande concentração, amanhã, em frente à Assembléia Legislativa. Eles querem mostrar aos deputados estaduais e ao governo que precisam de reajuste salarial e melhor infra-estrutura para trabalhar.

Há seis anos sem aumento de salários, os policiais civis exigem pelo menos a isonomia salarial, a implantação de um plano de cargos e salários e condições dignas de trabalho. "Estamos negociando há muito tempo, mas o governo não toma providências", adverte o presidente do Sindicato da Polícia Civil de Londrina e Região (Sindipol), Ademilson Alves Batista.

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Atualmente a média salarial de um policial civil é de R$ 600,00 líquidos. A equiparação pretendida somaria a essa quantia R$ 700,00. "É o que pedimos de imediato", afirma Batista. Ele alega que desde a última Constituição, promulgada em 1988, a remuneração da Polícia Civil é desvinculada. "Um delegado, por exemplo, ganha cerca de R$ 6 mil", compara.

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Outro problema grave apontado pelos policiais civis é a total falta de condições de trabalho. "Podemos dizer, sem exageros, que a segurança do Estado está abandonada. Faltam desde equipamentos como armamento, coletes, material de expediente, veículos, combustível, até papel higiênico", reforça o presidente o Sindipol. Muitas delegacias estão sucateadas ou, então, com excesso de presos, alguns até mesmo condenados e que, portanto, deveriam estar no sistema penitenciário.


Com essa situação, justifica Batista, o trabalho não rende, não há motivação, ocorre o risco de corrupção e de ter de fazer bicos para sobreviver. Segundo o representante dos policiais civis, o caos não está longe de se instalar na segurança do Estado.

O secretário de Estado da Segurança, José Tavares, não foi localizado ontem pela reportagem da Folha para falar sobre os planos do Estado para melhorar a condição salarial dos policiais e sobre as críticas feitas pelas entidades sindicais que representam os policiais civis.


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