A Polícia Civil do Paraná tem um helicóptero que nunca pode usar e duas divisões de operações especiais que têm pouca afinidade. O delegado Adauto de Oliveira, da Divisão de Narcóticos (Dinarc) começa agora a fazer uma campanha para unir as divisões especiais em uma só e passar a efetivamente ter o helicóptero comprado com o dinheiro da polícia, mas que fica à disposição do governo do Estado.
A proposta surgiu após a perseguição frustrada dos cinco assaltantes que mataram o policial civil Angelo José Ferreira Chaves Neto, de 42 anos, no município de Fazenda Rio Grande (Região Metropolitana de Curitiba) e levaram R$ 26,2 mil da agência do Banestado. "Faltou um plano estratégico da Polícia Civil", argumentou o delegado Adauto, que participou da perseguição.
Além da falta de um planejamento tático, o delegado reclamou da falta de helicópteros do Estado para atuar em momentos de emergência. "Temos um helicóptero que foi comprado com dinheiro do Fundo de Reequipamento da Polícia Civil (Funrespol), mas ele nunca está à disposição. Se tivéssemos um helicóptero no momento da fuga dos assaltantes, eles não teriam fugido", avaliou ele.
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O helicóptero que teria sido comprado com recursos do Funrespol durante o governo Roberto Requião nunca foi de propriedade da Polícia Civil. Ele serve o governo do Estado desde 1992, seguindo orientações do decreto 1.626. "É inaceitável que a Polícia Civil não possa usar um helicóptero que foi comprado com os recursos da corporação", disse indignado.
A reportagem da Folha fez um levantamento sobre o uso do helicóptero do Estado e descobriu que no momento da ocorrência um helicóptero do Estado (são dois do tipo Jet Bell Ranger 206, fabricados no Canadá em 1991) estava na manutenção e outro em missão militar, em Guarapuava. "Nunca recusamos qualquer pedido das polícias Civil e Militar. Se há solicitação, não há recusa", garantiu o coronel Luiz Borges Vieira, secretário chefe da Casa Militar.
A Divisão de Operações Especiais não representaria qualquer gasto para o Estado, já que a intenção é ocupar os investigadores e delegados do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre). "Poderemos fazer o que fizemos com a Dinarc. Criamos o órgão que absorveu a Delegacia de Antitóxicos e o Fera (Força Especial de Repressão Anti-tóxicos). Podemos criar outro que absorva o Cope e o Tigre", comentou, "chega de estarmos inferiorizados em relação a Polícia Militar e aos bandidos, penalizando a própria população."