A Polícia Federal de Paranaguá vai indiciar funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por conivência na retirada ilegal de palmito da Fazenda Bom Jesus, em Antonina, Litoral do Estado, administrada pelo órgão. Segundo a PF, cerca de 30 mil unidades de palmito já foram retiradas do local desde setembro do ano passado.
Em vistoria realizada ontem, a polícia apreendeu documentos na fábrica Floresta que confirmam a retirada ilegal de palmito da fazenda do Ibama. O proprietário da fábrica, Sérgio Krenk, foi preso e vai responder inquérito por furto e crime ambiental.
Desde que as investigações começaram, há cerca de dois meses, dez pessoas já foram detidas e 500 unidades do produto apreendidas. Segundo o delegado da Polícia Federal de Paranaguá, Ronaldo Pianowski, todos os envolvidos já foram identificados. Ele preferiu não divulgar o nome dos funcionários do Ibama que estariam facilitando a retirada do palmito da fazenda, mas afirmou que o depoimento das pessoas presas confirmam a conivência do órgão.
Leia mais:
Athletico tem fim triste e é rebaixado no ano do centenário
Atraso nas concessões deteriora malha rodoviária em todo o Paraná
Alto volume de chuvas causa estragos em oito municípios no Paraná
Parceiro da Escola: em dois dias, 23,5 mil pessoas participaram da consulta pública
Além do dono da fábrica Floresta, foram detidos na última semana o gerente operacional da empresa Sentinela, responsável pela segurançca da fazenda, e dois funcionários da fábrica Tropical Alimentos, Hélio Farias Ramos e Nelson Waidmann Filho. Todos já foram liberados, mas o delegado lembra que dois inquéritos policiais- para averiguar a retirada ilegal e a comercialização do produto- continuam em andamento.
O superintendente do Ibama no Paraná Luis Nunes Melo disse que desconhecia a retirada ilegal do palmito da Fazenda Bom Jesus. "Recebi com surpresa a suspeita de conivência de funcionários do Ibama", revelou. Para ele, a PF está fazendo o seu trabalho, mas precisa apresentar provas antes de divulgar as acusações. Segundo Melo, o Ibama está tomando providências para que o caso não se repita.
A fazenda Bom Jesus tem 12 mil hectares e é considerada área de preservação. O local é administrado pelo Ibama desde de 1999, quando o Banco Central transferiu a área para domínio do instituto. A segurança do local é feita pela empresa Sentinela, mas o Ibama já conseguiu na Justiça autorização para contratar nova empresa. Segundo Melo, verba de R$ 320 mil foi liberada para quitar a dívida, mas o pagamento só será realizado após investigação do próprio Ibama para apurar as irregularidades.