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Policiais civis estão descontentes

Luciana Pombo - Folha do Paraná
06 fev 2001 às 12:06

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Cerca de 90% dos policiais civis que trabalham nos 13 distritos de Curitiba estão decepcionados com a instituição e dizem que se sentem humilhados e frustrados. As principais justificativas para a falta de estímulo e entusiasmo são os baixos salários pagos pelo Estado, o sucateamento da frota de veículos e dos armamentos da Polícia Civil e a péssima estrutura das delegacias (paredes sujas, salas mal ventiladas, mesas encostadas nas paredes, cadeiras quebradas, máquinas de datilografia sem condições de uso). As consequências da falta de estrutura - na maioria dos casos - são policiais infelizes com a profissão, desajustados com a família, mal humorados, irritados, impacientes, intolerantes e com problemas sérios de saúde como gastrites, úlceras, cardiopatias, enxaquecas, impotência sexual, alcoolismo e dependência de drogas ilícitas.

A pesquisa é oficial e faz parte da primeira etapa do projeto "Encontrando Soluções para a Polícia Civil e sua Instituição", desenvolvido entre os meses de outubro e dezembro do ano passado pelo Setor Psicossocial da Divisão Policial da Capital (DPC). Foram avaliados 206 policiais civis que foram divididos em dez grupos e submetidos a quatro horas diárias de análise por um período de dez dias. O objetivo era verificar a atual situação da Polícia Civil e propor soluções. "É evidente a situação caótica da Polícia Civil. Mas precisamos falar das dificuldades, levantar a situação e propor mudanças", diz a psicóloga Roxane Cassanelli Ratin, uma das responsáveis pelo estudo.

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Oitenta e dois por cento dos policiais civis analisados disseram que não confiam na instituição. Deste total, 72% não confiam nem mesmo nos seus superiores. Seis por cento, confiam na instituição, mas não se sentem seguros ou respeitados. E apenas 2% confiam plenamente na Polícia Civil e nos seus superiores. "Acho que nossos superiores se encontram tão calados e inertes como nós", afirma um investigador de polícia, "eles não questionam determinações, nem rotinas ultrapassadas e abusurdas".

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Roxane Ratin alega que os policiais operacionais não sentem firmeza na condução dos trabalhos da delegacia. "Eles não se sentem valorizados pelas chefias. Os plantões são deixados às moscas, enquanto o gabinete do delegado está sempre limpo e arrumado. Os delegados esquecem que o plantão é o cartão postal da delegacia", diz a psicóloga.


Um dos pontos mais graves registrados na pesquisa é a falta de modelos de bons policiais dentro da instituição. A maioria dos investigadores pesquisados diz que não tem modelo dentro da Polícia Civil. "Vou ser sucinto - desconheço que existe algum modelo. Quando quis buscar referencial, me decepcionei", alega um policial. "Não conheço nenhuma referência de comportamento dentro da instituição", diz outro.

A pesquisa demonstra ainda que eles não têm qualquer tipo de expectativa profissional. Noventa por cento estão decepcionados e 10% dizem que não pretendem ser investigadores para sempre. Muitos querem ser delegados de polícia.


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