A última proposta de reajuste salarial apresentada essa semana pelo governo do Paraná para as polícias Militar, Civil e Científica do estado não deve ser aceita. Os valores dos reajustes apresentam remuneração por meio do subsídio. O Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol) convocou para a próxima terça-feira (6) uma assembleia com seus filiados para discutir os índices apresentados.
O presidente do sindicato, André Luiz Gutierrez, adiantou que os valores ficaram longe do pleiteado, não contemplando a classe de base. O sindicato alega que foi criada uma tabela para os escalões mais baixos, que desestimula policiais que iniciam a carreira, e outra para os delegados – no caso dos delegados, a tabela sugerida foi atendida pelo governo.
O sindicato reivindica que um investigador de quinta classe inicie na corporação com salário de aproximadamente R$ 5.750. O subsídio inicial proposto pelo governo é R$ 4.020, podendo, de acordo com a tabela e com o passar do tempo, alcançar um subsídio de R$ 8.196, levando em conta promoções e progressões ao longo da carreira. A Polícia Civil chegou a decidir pelo indicativo de greve, mas foi obrigada a cancelar o movimento, considerado ilegal pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).
Leia mais:
Chuvas quintuplicam vazão das Cataratas do Iguaçu nesta segunda
Romaria Diocesana de Apucarana deve atrair mais de 20 mil pessoas no início de 2025
Homem que entrou atirando em bar de Ibiporã é condenado por três mortes e duas tentativas de homicídio
Chuva do fim de semana supera em até 84% a média mensal em regiões do Paraná
Já a Polícia Militar descarta completamente um possível movimento grevista. "Queremos manter a situação numa legalidade absoluta. Até parece que o governo, ao não negociar, incentiva para que isso aconteça. A greve penaliza a sociedade e nós somos responsáveis por protegê-la", disse à Agência Brasil o presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares (Amai), coronel Elizeu Furquim.
Os pisos apresentados pelo governo para a categoria estão muito distantes do que foi reivindicado, na avaliação dos policiais. Para um policial militar que ingressa na corporação, o subsídio inicial proposto pelo governo foi R$ 3.225,00, que, com o tempo, poderá chegar a R$ 4.838, caso não haja promoção para postos superiores (cabo, sargento, subtenente).
O maior posto da Polícia Militar, que é o de coronel, terá um valor de subsídio que varia entre R$ 14.354 e R$ 21.531, conforme o tempo de serviço. A reivindicação é a de que o soldado ingresse já ganhando R$ 4,5 mil. "Acumulamos perdas desde 1999 e, agora, chegou a hora de sermos tratados com respeito. Queremos valorizar os cargos mais baixos", ressaltou o coronel. É preciso, segundo os policiais, também avançar nos índices de reajuste para os cargos intermediários.