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Policiais pagam pra ter cursos com especialistas americanos

Redação - Folha do Paraná
27 nov 2000 às 17:04

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Uma cademia de treinamento policial tem tido bastante procura em Curitiba, por oferecer cursos com especialistas da Swat americana. A novidade é que esta não é uma academia oficial, mas particular e os policiais pagam com seus próprios recursos as aulas recebidas.

A Tees Brazil é uma empresa americana especializada em táticas policiais e foi fundada em Almirante Tamandaré, na região de Curitiba há um ano e oito meses. Já deu treinamento para cerca de 2,2 mil policiais, 90% cento deles vindos de outros estados e financiando seus custos.

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"Os governos precisam acordar para a necessidade de investir em seus policiais, mas poucos fazem isto", comentou o instrutor. Atualmente, apenas os estados de Santa Catarina e Paraíba financiam cursos para policiais civis e militares.

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A área de treinamento tem cinco alqueires. Os cursos mais procurados são patrulhamento em locais de risco (favelas), proteção a testemunhas e resgate de reféns.

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Entre as instruções, estão as de uso de escudos balísticos em entradas táticas, deslocamento de emergência utilizando viaturas descaracterizadas, entradas silenciosas em edificações e resgate de reféns em cativeiro. Elas são repassadas para policiais militares, federais, civis e do Exército.


Vinte e dois policiais participam dos cursos, que duram entre três e quatro dias e custam cerca de R$ 300,00 por dia. As aulas são ministradas por instrutores americanos, com passagem pela Rangers e Swat.

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"Trazemos a experiência americana e adaptamos à realidade do Brasil, que é muito mais violenta", afirmou o instrutor Allan Brosnan. De acordo com ele, a violência é crescente no Brasil por causa da falta de treinamento especializado. "O problema da violência não é a miséria e a fome. É a falta de preparo dos policiais brasileiros", destacou ele.


O instrutor Kevan Gillies, coordenador brasileiro da Tees, disse que tem recebido cópias de fitas de vídeo com treinamento de presos dentro das penitenciárias brasileiras. As fitas mostrariam imagens dos detentos fazendo treinamento para contra-atacar os agentes penitenciários e promover rebeliões e fugas.


"O Brasil está muito atrasado em termos de treinamento. Tem que se pensar que a polícia tem que estar na frente do bandido, tem que saber atuar nas situações de emergência. Não se treina o que fazer quando uma abordagem dá errado e isto é fundamental", argumentou Gillies.

O soldado Meneses, da Polícia Militar do Rio Grande do Sul, fez diversos treinamentos táticos e tem repassado os conhecimentos adquiridos em cursos desenvolvidos pelo Time de Instruções Táticas. "A polícia tem que estar preparada para tudo", salientou.


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