Durante o fim da década de 80, a preocupação gerada pela redução da camada de ozônio e também os estudos sobre o efeito estufa fizeram com que o mundo começa a se preocupar com o problemas provocados pela poluição humana. Na época, iniciaram-se uma série de estudos sobre os impactos causados na atmosfera e no planeta. "Hoje, está se debatendo as regras para impedir e punir o aumento da poluição, além de se criar novas tecnologias para evitar a poluição", disse o representante da The Nature Conservacy, Miguel Calmon.
O engenheiro florestal da Sociedade de Pesquisa da Vida Selvagem (SPVS), Edson Ferreti, afirmou que essa mudança se deve a uma série de reuniões internacionais, que ganharam força com a criação do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), vinculada a Organização das Nações Unidas (ONU). "E a conscientização sobre o problema foi crescendo, até o marco desse processo que foi a formulação do Protocolo de Quioto, em 1997", disse.
Ferreti disse que no IPCC se reuniram cientistas de todo o mundo, que estudaram os efeitos da poluição na Terra. "E os resultados mostraram um cenário complicado", afirmou o enegenheiro. O estudo indicava que até 2.100 a atemperatura global poderia aumentar até 3,5 graus, que seria a maior alta dos últimos 10 mil anos. Por causa dessa variação climática, os níveis dos mares poderiam subir de 15 a 95 centímetros, descongelando geleiras.
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Os resultados dos estudos motivaram o estabelecimento de metas para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa. Estas prerrogativas foram estabelecidas em 1992, na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, durante a Eco-92, no Rio de Janeiro. Três anos depois, na primeira sessão da Conferência das Partes (COP-1), que ocorreu em Berlim, houve uma revisão da adequação dos parâmetros de emissões de gases. Existia pressão do governo americano em fixar datas.
Em 1996, na COP-2, em Genebra (Suíça), as partes decidiram que o compromisso dos países desenvolvidos de voltar suas emissões para os níveis de 1990, até o ano 2000. Mas uma definição sobre datas foi transferida para a reunião de 1997, em Quioto, no Japão.
A COP-3 é considerada pelo setor ambientalista com a mais importante. Na conferência, ficou estipulado que os países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de gases de efeito estufa na média de 5,2% em relação aos níveis de 1990 até o período entre 2008 e 2012. Além disso, os países podem comercializar os saldos de controle de poluição, com aqueles países que não conseguiram atingir as metas. Assim, se um países que tinha que reduzir 1 milhão toneladas e reduzir o dobro, poderá vender o outro milhão a quem não conseguiu controlar sua poluição.
"Atualmente, o governo americano resiste assinar o acordo de Quioto", afirmou André Ferreti, da SPVS. Para entrar em vigor, o acordo depende da assinatura de 55 países, que junto sejam responsáveis por 55% da poluição jogada na atmosfera.
Depois de assinado, o acordo entra em vigor em 90 dias. Mas para ser cumprido terá que ser aprovado também nos congressos nacionais de cada um dos países.