Cerca de mil paraguaios fecharam hoje (10/09) a Ponte da Amizade, ligação do Brasil com Paraguai, em protesto contra as crises econômica e política e pela reforma na ponte. Os manifestantes impediram a passagem de veículos nos dois sentidos da pista. Apenas pedestres conseguiram cruzar a fronteira. Até as 17 horas, eles mantinham a palavra de liberar a via somente com o cumprimento das exigências feitas ao governo federal.
O protesto começou às 9 horas quando vendedores ambulantes, camelôs, taxistas e sindicalistas bloquearam a aduana, em Ciudad del Este (vizinha de Foz do Iguaçu). Depois montaram uma barreira no meio da ponte. Com bandeiras do Paraguai e cartazes em punho eles exigiram um plano de emergência para socorrer o comércio local. Após meia hora, retornaram à aduana paraguaia, onde permaneceram durante a tarde.
O fechamento teve o apoio da Câmara Municipal, que emitiu uma resolução anteontem decretando estado de emergência em Ciudad del Este. O documento também convocou a população para apoiar o bloqueio na ponte - o segundo realizado nos últimos dois meses. O anterior ocorreu em 17 de julho. Nos dois protestos a maioria dos lojistas fechou as portas devido ao fraco movimento de sacoleiros.
Os trabalhadores querem uma reunião com os ministros da Justiça e do Trabalho, Silvio Ferreira; Indústria e Comércio, Euclides Azevedo; e Obras Públicas, Alcides Gimenez. A presença das autoridades na fronteira é aguardada para hoje quando os organizadores da manifestação tentarão obter garantias para impulsionar a economia local - prejudicada com a redução da cota de compras de US$ 250 para US$ 150, no ano de 1995.
* Leia mais em reportagem de Alexandre Palmar na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta terça-feira