Cerca de 250 pessoas fecharam hoje (17/07) a Ponte da Amizade (Brasil/Paraguai) por três horas em protesto às medidas adotadas pelo governo paraguaio de combate ao comércio informal na região aduaneira. A Polícia Nacional acionou o pelotão de choque e um tanque antimotim para dispersar os manifestantes. Houve princípio de tumulto. O bloqueio só foi desfeito com uso de força por parte dos soldados.
O manifesto começou logo cedo, às 6h45, quando um grupo de mulheres, a maioria vendedoras de alimentos e bebidas, cercou a frente da aduana de Ciudad del Este (cidade vizinha de Foz do Iguaçu). Elas fizeram um cordão para impedir a passagem de ônibus de turismo, de transporte coletivo, táxis e outros veículos leves. Somente motos e pedestres conseguiram cruzar a barreira.
Durante protesto, as ambulantes criticaram as medidas adotadas pelo governo nas duas últimas semanas, que tendem a agravar o índice de desemprego. A primeira foi a retirada dos comerciantes que tinham autorização especial para vender seus produtos na aduana da Ponte da Amizade - um dos pontos de grande concentração de pedestres na zona fronteiriça (maior parte sacoleiros) e de veículos. A medida visa agilizar o tráfego na região e facilitar a fiscalização das importações.
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Os paraguaios também criticam a taxa de 10% imposta a 332 produtos importados (entre eles, alimentos, bebidas, vestuários, confecção e até materiais de construção), inclusive dos países membros do Mercosul. Em vigor desde anteontem, a taxa foi implantada na tentativa de proteger o mercado interno paraguaio, mas acabou prejudicando os revendedores, que são obrigados a repassar o índice aos consumidores. Ainda não há uma balanço na queda das vendas.
O chefe da Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP), Blas Aguero, mesmo diante dos argumentos dos ambulantes, afirmou que toda as medidas tomadas nas últimas duas semanas serão mantidas. Ele lembrou que a sobretaxa será mantida até 31 de dezembro de 2002, como determinou o governo paraguaio, além de frisar que haverá um aumento na arrecadação de tributos em virtude do novo imposto.
* Leia mais em reportagem de Alexandre Palmar na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira