O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, informa que o presidente da empresa Tetra Pak no Brasil, Nelson Findess, entrou em contato com ele nesta quarta-feira (09), diretamente da França, marcando uma reunião na próxima segunda-feira (14) para discutir a questão do recolhimento e destinação final das embalagens cartonadas pós-consumo no Paraná.
"O presidente abriu a possibilidade de buscarmos uma solução conjunta. É um bom sinal. Mesmo que não haja uma política de recolhimento, já teremos o compromisso ambiental restabelecido", disse Rasca.
Na terça-feira (08), a Secretaria do Meio Ambiente informou que estuda a possibilidade de proibir a comercialização de embalagens longa-vida cartonadas no Estado, em razão da falta de responsabilidade ambiental do fabricante do produto, a empresa Tetra Pak.
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Nota Oficial – Uma nota oficial divulgada pela empresa diz que "no Estado do Paraná, a Tetra Pak contribui para o desenvolvimento de cinco recicladores locais". Segundo recicladores instalados no Paraná, relacionados pela própria empresa na resposta ao ofício encaminhado pela Secretaria do Meio Ambiente e pelo Ministério Público Estadual no ano passado, eles não recebem orientações, apoio logístico ou financeiro da empresa.
A nota ainda diz que "a empresa possui também parcerias sólidas com diversos municípios paranaenses para apoio a programas de coleta seletiva, o que resulta em um índice de coleta e reciclagem superior a muitos países de primeiro mundo".
Este índice de recolhimento é um dos itens questionado pela Secretaria. Segundo a empresa, de cada 100 embalagens disponibilizadas, 32 são recicladas (32%) no Paraná. Ela afirma ter obtido estes números junto aos recicladores - que, consultados, afirmaram não possuir condições técnicas nem científicas para determinar tal índice.
De acordo com a Organização Não-Governamental Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), o índice mundial é de 16%. A Tetra Pak é uma das empresas que compõem o CEMPRE. "Portanto, este índice de 32% é, no mínimo, duvidoso", comentou Rasca.
Segundo o coordenador, algumas perguntas feitas ainda no ano passado permanecem sem resposta. "Onde estão as 340 milhões de embalagens que não são recicladas? Qual trabalho de coleta e destinação final destas embalagens que a empresa apóia no Estado? Em que municípios?", questionou Dudas. Segundo ele, estas perguntas serão levadas ao presidente da empresa na próxima semana.
O diálogo entre a Secretaria e o fabricante de embalagens tem como objetivo aproximar o gerador do produto (neste caso, a Tetra Pak) com as indústrias recicladoras, assim como foi feito com as embalagens de agrotóxicos.
Atualmente, de cada 100 embalagens de agrotóxico comercializadas no Estado, 98 são devolvidas pelos agricultores e recicladas – o que coloca o Paraná entre os estados que mais recolhe embalagens de defensivos agrícolas. "Se conseguimos com o agrotóxico, por que não conseguiremos com as embalagens cartonadas pós-consumo?", concluiu Dudas. (Com informações da Agência Estadual de Notícias)