Os 360 presos da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) estão sofrendo com a infestação de percevejos, formigas e ratos. A situação já perdura há cinco anos, mas só agora veio à tona por causa de uma fiscalização feita pelos técnicos de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde.
A superpopulação de percevejos é o que mais causa transtornos porque o inseto é capaz de sugar o sangue de três a 12 minutos sem parar.
O percevejo - identificado pelos técnicos como da espécie Cimex Lectulárius - mede de quatro a oito milímetros, ataca de noite e se alimenta exclusivamente de sangue. Durante o dia, eles se escondem em fendas existentes nos colchões, cama e paredes. Como as paredes da penitenciária têm uma superfície irregular de concreto, o controle se torna ainda mais difícil.
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Segundo a administração da PEM, nos últimos anos foram realizados duas queimas de roupas e colchões, além de controle com inseticidas e desinfecção dos próprios presos, mas nada disso adiantou. Derrotados pelos insetos e ratos, a administração recorreu à Vigilância Sanitária do município que se assustou com a situação da penitenciária.
Para ensinar alternativas de combate às pragas, os técnicos da Saúde realizam amanhã palestra aos funcionários da PEM. Eles também irão conversar com os presos. Conforme a veterinária Marilda Fonseca, responsável pelo setor de Zoonoses, não basta dedetização. É preciso eliminar os fatores atrativos como comida, água e abrigo.
A veterinária disse que a principal orientação é tapar os buracos com massa corrida. O controle de locais infestados é feito ainda com aspiradores de pó e vapor quente, vedação de frestas e exposição de roupas ao sol, além de aplicação de inseticida específico. Em casos mais críticos, recomenda-se a queima de colchões.
O ataque de percevejo provoca coceiras e, em pessoas mais sensíveis, eczemas na pele. ''Não há comprovação científica de que estes insetos transmitam doenças, mas eles provocam insônia na vítima e até anemia, se o ataque for recorrente'', explicou Marilda.
A administração da PEM informou que já pediu uma nova remessa de colchões para promover uma queima. A coordenadora da Comissão Interna de Saúde, Isilda da Silva Alves, disse que o fato de a população carcerária ser rotativa e muitos presos virem de cadeias já infestadas também provoca a incidência dos percevejos.
Isilda contou que o problema com os ratos diminuiu, mas que a superpopulação dos roedores chegou a assustar e demandou até a construção de arapucas. Ratazanas de dois quilos foram capturados. No caso das formigas, o acondicionamento adequado dos alimentos é uma das formas de combate.