Uma greve por tempo determinado, vai até sexta-feira, e que ao menos no primeiro dia não afetou a população que dependia de consultas e exames no Hospital das Clínicas (HC), tampouco os estudantes atendidos pelos servidores públicos federais que trabalham em setores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).
Tanto a diretoria do Sindicato dos Trabalhados em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná (Sinditest-PR), que representa a categoria, quanto as assessorias das instituições confirmaram a normalidade dos atendimentos, embora não tenham
contabilizado o percentual de adesão dos grevistas.
Segundo a diretora do Sinditest, Carla Cobalchini, a paralisação foi aprovada com o objetivo de acompanhar o movimento das demais universidades federais em apoio à jornada de luta contra o pacote de ajuste fiscal e da reforma da Previdência Social do novo governo do presidente Michel Temer. "Nesta semana, o grande objetivo da paralisação é reforçar nossa posição contrária ao pacote de ajuste fiscal em curso, sobretudo, todo o retrocesso proposto e que mexe em direitos consolidados em nossa Constituição. Tanto que uma caravana com servidores daqui chegará em Brasília para participar da marcha do Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), ao mesmo tempo em que cumpriremos uma programação em Curitiba e no interior até sexta-feira", informou. "Mas se nada avançar, temos aprovado um indicativo de greve para uma paralisação geral do serviço público em outubro", acrescenta Carla.
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No Paraná, existem aproximadamente 15 mil servidores técnico-administrativos que integram o Sinditest-PR. Dentre os temas mais combatidos pelos servidores estão a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 257 e o Projeto de Lei (PL) 241, que tratam da renegociação da dívida dos estados limitando os gastos públicos. "Uma das condições para essa renegociação está baseada na suspensão de concursos público, na criação de Planos de Demissão Voluntária (PDV) e o fim das progressões, que na nossa interpretação representa a precarização do serviço público", aponta Carla. "Além disso, aquilo que o governo Beto Richa aprovou de sequestrar o fundo da previdência dos servidores estaduais para pagar dívida, passaria ser uma obrigação de todos os estados", alerta.
Na avaliação do Sinditest, as reformas trabalhistas e previdenciárias vão permitir ao governo economizar recursos para o pagamento da dívida pública com instituições financeiras ao custo de um grande retrocesso social e trabalhista. "A ideia de que isso é gasto está errada, pois é um direito assegurado pela nossa Constituição. Querem fazer dentre tantos retrocessos propostos pelo pacote que o negociado prevaleça sobre o legislado", lamenta a diretora do Sinditest-PR.
Além do Fórum na Fonasefe, em Brasília, os servidores federais realizarão em Curitiba, hoje, um debate sobre a saúde do trabalhador no Anfiteatro 100, no 1º andar do prédio Dom Pedro I, na Reitoria da UFPR.