Há 17 anos, desde que fez concurso para ser professora no município de Rio Negro (região Sul do Estado), Rosemari Tiburski optou por trabalhar com crianças especiais, ou seja, portadoras de algum tipo de deficiência mental. Hoje, com 37 anos, casada, mãe de um casal com 7 e 12 anos, ela persiste em tempo integral na atividade, dividindo-se entre duas instituições de ensino.
Pela dedicação e um projeto inovador de Inclusão de Crianças com Necessidades Educacionais Especiais na Educação Infantil, ela - em nome de sua equipe do Centro Municipal de Educação Infantil Pequeno Cidadão de Rio Negro - estará no Palácio do Planalto em Brasília, nesta terça-feira, para receber o Prêmio Qualidade na Educação Infantil.
O prêmio é uma parceria entre o Ministério da Educação e a Fundação Orsa, com apoio da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) para reconhecer projetos inovadores em creches e pré-escolas. Serão premiados 25 professores da educação infantil, sendo um de cada estado, com exceção de Amapá e Minas Gerais que não tiveram projetos inscritos, e um do Distrito Federal.
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No Paraná, o projeto de Rosemari foi escolhido entre 217 trabalhos inscritos. Cada vencedor ganhará R$ 3 mil, diploma e kit com material de apoio pedagógico. O trabalho que recebeu o primeiro lugar, de Sergipe, também receberá uma kombi equipada com televisão, vídeo e outros aparelhos que transformaram o veículo em uma verdadeira sala de aula, a ser utilizada pelo município.
Rosemari acredita que o diferencial de seu projeto é trabalhar na inclusão de crianças em idade pré-escolar. O trabalho de inclusão começou para valer este ano no Centro Municipal. Em uma turma de 24 crianças do Jardim 1, com idade de 3 a 4 anos, foram inclusas quatro crianças especiais - três meninas e um menino. "A Angélica, de 3 anos, que não falava nada, só balbuciava, hoje já dá tchau, aponta o que quer. O nível de compreensão dela aumentou muito", fala, animada com os resultados. O segredo, segundo ela, "é acreditar que todas elas são capazes, é só desenvolver as potencialidades de cada uma".
Mas a maior vantagem, para Rosemeri, é a inserção das crianças junto às demais desde pequenas. "Com isso elas crescem sem o preconceito. As normais aceitam as portadoras de deficiências e estas ganham auto-estima, sentem-se importantes", conta. Hoje as quatro crianças participam de atividades da classe, que antes eram feitas com dificuldades, com muito mais prazer e alegria. "É gratificante ver o progresso delas e principalmente o entrosamento entre todas as crianças", finaliza.