A Prefeitura de Curitiba mantém engavetado um projeto para preservar imóveis de madeira construídos há mais de um século por imigrantes europeus. A proposta, conhecida como Vila da Madeira, foi elaborada no começo da primeria gestão do prefeito Cassio Taniguchi (PFL) e até agora não saiu do papel. A intenção é dar potencial construtivo aos proprietários, em troca os donos cedem a casa para a formação de um parque temático ou ganham incentivos para preservá-las. Enquanto o projeto não sai do papel, esses imóveis estão sendo demolidos.
Desde que foi elaborado, em 1996, até o ano passado, seis de 26 casas apontadas como alvo do projeto já foram demolidas. A maioria das casas derrubadas ficam em regiões valorizadas como a do Alto da XV, próximo do Centro de Curitiba. Na Rua 7 de Abril, no mesmo bairro, duas delas foram abaixo. Ainda assim, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que a apresentação da proposta "está em fase embrionária".
Pela proposta dos técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), as casas dos imigrantes poloneses, italianos e alemães (etnias tão citadas como exemplo da formação do curitibano) seriam desmontadas e levadas para um parque, que seria criado no Atuba, na zona nordeste da Capital.
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Nesse parque, as atividades típicas dos imigrantes europeus seriam reproduzidas conforme o ambiente da época, inclusive com pessoas morando dentro dos imóveis e exercendo as atividades comuns aos imigrantes. Como contrapartida, o proprietário ganharia o direito a explorar o potencial construtivo do terreno, podendo construir além do que é permitido em lei.
Por enquanto, como informou a assessoria da prefeitura, ainda não existe um decreto criado o parque. Enquanto isso, as casas vão sendo demolidas. Igual acontece com outros imóveis históricos, como a Casa do Burro Bravo, no bairro Bacacheri, que lentamente vai desaparecendo.