Uma reunião esta semana vai discutir as multas aplicadas contra dez pescadores e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Eles foram multados por cultivar e comercializar uma espécie exótica de camarão em Guaratuba, no Litoral do Estado.
Representantes da Procuradoria do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) devem se reunir com os pescadores e com representantes da PUC-PR em Guaratuba. Eles vão discutir como será feita a retirada dos tanques-rede utilizados para a criação do camarão branco do Pacífico (Litopnaues vannamei).
De acordo com o Ibama, não há licença ambiental para a atividade comercial. As multas chegam a mais de R$ 40 mil para dez pescadores que cuidavam de cerca de 100 tanques-rede. A PUC-PR foi autuada em R$ 150 mil. Segundo o Ibama, a universidade tem licença apenas para pesquisa. O cultivo e a comercialização dependeriam de um estudo de impacto ambiental.
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A pesquisa começou a ser feita em 1998 por técnicos do Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos da PUC-PR. Estão participando do projeto dos tanques de criação 53 empresários e 16 pescadores. O pescador Ivo Chiodini foi multado em R$ 12,5 mil. Ele disse que agora os pescadores estão sem trabalho e sem renda. "Eles nos proíbem de pescar no período de defeso e também de cultivar o camarão. Será que eles nos autorizam então a passar fome?"
O pró-reitor comunitário e de extenção da PUC-PR, Adilson Moraes Seixas disse que ainda não foi notificado oficialmente. "Mas não tenha dúvidas de que iremos recorrer." Ele disse que o dinheiro conseguido com a comercialização era utilizado para manter a pesquisa. O empresário Augusto Gonçalves Filho, que está investindo no projeto, não quis comentar ontem o assunto. "Estou esperando a reunião com o Ibama para saber o que devemos fazer".