Entre 25 e 30 homens armados com fuzil, metralhadoras, granadas e revólveres de grosso calibre sequestraram no final da tarde de anteontem - por volta das 18h30 - a família de três gerentes e do motorista da Empresa de Transporte de Valores Proforte, em Curitiba. Ao todo, eles renderam cerca de 30 pessoas e mantiveram como reféns até a madrugada. Da Proforte, eles levaram R$ 5 milhões.
De acordo com o relato dado pelas testemunhas, os assaltantes agiram rapidamente e com um planejamento previamente elaborado. Eles renderam por volta das 18h30 o motorista da empresa e foram até sua residência no bairro São Brás. Lá, eles pegaram outras 14 pessoas como reféns.
Até as 23h30, eles já tinham rendido outros três gerentes da Proforte. O último a ser rendido pelos assaltantes foi o empresário Odival Wolter que chegou tarde em casa, porque estava comemorando com o aniversário da mulher num restaurante da cidade. Ele foi rendido na entrada do prédio. Os assaltantes entraram com ele e aguardaram a mulher que veio em um carro separado.
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Todos os sequestrados foram encaminhados para uma chácara, na BR-277, em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba. Enquanto um grupo sequestrava os gerentes, outro rendia moradores da chácara e preparava o lugar para o abrigo dos reféns. A operação de assalto só foi iniciada nesta manhã, por volta das 6 horas. Os assaltantes se dividiram em três grupos.
O primeiro grupo ficou cuidando dos reféns na chácara de Campo Magro (cerca de dez assaltantes). O segundo grupo levou os gerentes e o motorista para a empresa Proforte, onde foi feito todo o trabalho de retirada do dinheiro.
Nenhum assaltante entrou dentro da empresa, por causa do sistema interno de câmeras. Os gerentes é que executaram o trabalho. "Eles estavam sendo supervisionados pelos assaltantes com câmeras de vídeo e escutas. Foram obrigados a realizar todo o trabalho dentro da empresa", afirmou o delegado adjunto do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Aparecido Rodrigues, que ouviu as testemunhas.
Um terceiro grupo invadiu um barracão da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e rendeu os funcionários. Eles aguardaram a chegada dos assaltantes que foram até a Proforte e fizeram a troca de veículos. De lá, eles teriam ligado para os integrantes da quadrilha que estavam na chácara e avisado sobre o sucesso da empreitada. "O telefonema foi feito por volta das 7h40. Os reféns foram todos libertados e a quadrilha fugiu sem deixar vestígios", declarou o delegado.
Pelo relato das testemunhas, a suspeita é a de que a quadrilha seja de São Paulo. Mas alguns integrantes seriam mesmo de Curitiba. Eles teriam dito para os reféns que fizeram com sucesso o assalto a empresa Proforte de Goiânia. "São profissionais e agiram com muito cuidado. Tudo leva a crer que seja uma quadrilha de fora. Mas tínhamos integrantes daqui", concluiu o delegado. Os assaltantes usaram máscaras e capuzes durante quase toda a operação. No entanto, oito deles foram vistos sem proteção na face. O retrato falado deles deverá ser divulgado ainda hoje.
Leia mais em reportagem de Luciana Pombo e Israel Reintein, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quinta-feira