O governador Roberto Requião afirmou que apóia a iniciativa do senador João Capiberibe (PSB-AP) de criar, no Congresso Nacional, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para discutir e investigar as vantagens e os malefícios para a agricultura e para o consumidor brasileiro da entrada dos transgênicos no país.
Segundo a assessoria parlamentar de Capiberibe, o senador já conseguiu reunir 38 assinaturas para a abertura da CPI, sete a mais que as 31 necessárias para a abertura da comissão. O pedido de abertura da CPI já foi protocolado junto à mesa executiva do senado e, segundo a assessoria, aguarda só a decisão do presidente do Senado, José Sarney, que deve colocar o pedido em votação no plenário já nos próximos dias.
"Faço um apelo aos meus amigos do Congresso Nacional: A CPI é muito importante. Precisamos entender como é que a soja entrou no Rio Grande do Sul e como estão tentando colocá-la no Paraná", afirmou Requião. "Não há a liberação para soja transgênica no Brasil. A Medida Provisória que libera o plantio, assinada pelo vice-presidente, foi uma 'quebra-galho', e a meu ver indevido, para resolver o problema dos agricultores gaúchos que plantam a soja transgênica da Monsanto", explicou. "Estamos, nada mais nada a menos, cumprindo estritamente as determinações da lei do governo federal", frisou Requião.
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Outro motivo para as barreiras, segundo o governador, é que a fiscalização do Governo do Paraná verificou que a soja estava entrando em sacas no estado. "E soja em sacas, e não a granel, é semente. Então, estávamos recebendo uma injeção de sementes, provavelmente a custo muito baixo, para viciar a qualidade da nossa produção. Por isso, estamos fazendo a verificação da soja na fronteira. Soja transgênica só entra no Paraná lacrada e não será consumida pelos paranaenses nem exportada pelos nossos portos", garantiu.
Segundo a Secretaria Estadual de Comunicação, o governador também fez um apelo ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que intensifique a fiscalização nas fronteiras do Paraná com outros países, como o Paraguai, que é de responsabilidade do Ministério.
"Nós não temos delegação para fiscalizar na fronteira. E o Ministério da Agricultura, autor da Medida Provisória, por enquanto não está fiscalizando. Por isso eu faço dois apelos ao ministro Roberto Rodrigues: declare o Paraná área livre de transgenia, que só nos prejudica economicamente e financeiramente. E que o Ministério faça a verificação da soja na fronteira ou delegue ao Paraná, que nós faremos", disse.