Um dia depois da maior ressaca dos últimos 30 anos, o cenário na região beira-mar de Matinhos (Litoral do Estado) é de pura desolação. Ainda sob ameaça de novas ressacas, os moradores que tiveram suas casas atingidas tentam salvar o pouco que o mar não destruiu. Algumas famílias perderam tudo. Casas desabaram e barcos foram destroçados com a força da maré, que na madrugada de domingo provocou ondas de até 5 metros.
Além das 66 casas atingidas (algumas totalmente destruídas), a ressaca derrubou postos de energia elétrica, prejudicou o abastecimento de água e danificou o calçamento de um longo trecho da Avenida Atlântica. O local mais atingido foi o Balneário Flamingo, nas proximidades da Vila dos Pescadores. Equipes da Prefeitura de Matinhos e grupos de voluntários passaram o dia auxiliando na remoção dos destroços e no atendimento das famílias desabrigadas, que foram alojadas no ginásio de esportes do município.
Conseguir outros terrenos, fora do alcance das ressacas é a grande esperança dos moradores da região beira-mar - em sua maioria pescadores - que foram atingidos pela ressaca. O avanço da maré, com ressacas que formam altas ondas, é um problema crônico desta região. Até agora, no entanto, Estado e município nunca levaram à frente um projeto para contenção das águas e retirada das famílias que vivem nesta área de risco. Agora, a prefeitura está cobrando uma ação mais efetiva do governo.
Leia mais:
Carro de Londrina se envolve em colisão frontal em Ivaiporã
Condutora de motocicleta sem habilitação morre em colisão em Rolândia
Motociclista morre em colisão frontal com caminhonete em Guairaçá
Menina de 14 anos morre em colisão frontal de carro e caminhão em Santo Antônio da Platina
O secretário da Defesa Civil de Matinhos, Luiz Carlos Pereira, garantiu que a prefeitura não irá permitir que as 66 famílias atingidas retornem para a área. O município também apresentou relatório ao governador Jaime Lerner (PFL), que esteve no local, solicitando recursos na ordem de R$ 6,5 milhões necessários para aterramento da praia, construção de barreiras de contenção, calçamento e pavimentação, além da reconstrução das casas destruídas.
Levantamento feito pela prefeitura mostrou que os estragos foram maiores do que os estimados inicialmente. A ressaca atingiu uma extensão de 5 quilômetros, entre Caiobá até o Balneário Riviera 2. O número de moradores cadastrados para permanecer no abrigo subiu de 70 no primeiro dia para 108. A quantidade de desabrigados, entretanto, deve ser bem maior, já que muitos estão em casas de amigos e parentes.
Leia mais sobre a ressaca no litoral na edição desta terça-feira da Folha do Paraná/Folha de Londrina