"O que as pessoas têm que saber é que não é a praia que está invadindo as casas, mas as pessoas que invadiram o espaço do mar." A frase do engenheiro civil Marcos Muller é, na verdade, um resumo da história das ressacas registradas no Litoral.
As alterações na orla começaram a ser sentidas no final da década de 1960, quando se intensificou a ocupação do Litoral. O engenheiro Eduardo Felga Gobbi disse que as ressacas sempre aconteceram, mas só começaram a ser percebidas depois que a população passou a ocupar a área beira-mar.
Naquela época, a faixa de areia começou a reduzir. A primeira ressaca de porte aconteceu em 1976, atingindo a Praia Mansa (Caiobá). Outros casos mais graves aconteceram em 1979, atingindo a Praia Brava (Caiobá); em 1994, 1996 e 1997, ressacas também atingiram Matinhos.
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O governo só gastou dinheiro e não levou adiante as propostas. Em 1976, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil de Lisboa propôs o engordamento da praia e construção de esporões (estruturas de pedras colocadas mar a dentro). As obras não foram feitas porque o governo não tinha draga adequada e decidiu colocar apenas os esporões. Em seguida, entre 1979 e 1981, passou a instalar "gabiões" (pedras envoltas em estrutura de metal) nas praias Mansa e Braba.
As duas tentativas de engorda da praia, em 1996 e 98 não tiveram sucesso. Na segunda tentativa, uma draga holandesa ficou dez dias no litoral, aguardando negociações entre ambientalistas e governo. Acabou sem mover um grão de areia.