Testemunhas de defesa do pai de santo Osni Noronha - julgado pelo suposto assassinato a sangue frio os dois filhos (Lucas Raziel, de 4 anos e Maria Clara Pilatti, 2) e o irmão da amante Carla Pillati, Fernando Pilatti, 20, no dia 16 de dezembro de 1998 - acusaram ontem a testemunha do júri, João Nicolau Perez, de ameaça. Eles disseram que foram intimidados a deixar de prestar depoimento no julgamento e foram ouvidos pelo juiz do Tribunal do Júri, João Kopytowski. Perez foi autuado em flagrante e passou mal, tendo que ser atendido por médicos, com o apoio da Polícia Militar. "Tenho que averiguar esta situação. Todas as testemunhas dizem que foram coagidas", salientou o juiz, que transferiu o julgamento para o dia 22 de fevereiro.
A primeira testemunha a dizer que foi ameaçada foi o cabo do Exército, João da Cruz Neto. Ele diz que foi testemunha ocular do assassinato e desmente a versão apresentada pelo Ministério Público. Na versão do cabo, que era amigo da família de Osni Noronha, quem atirou nas crianças foi o próprio João Nicolau Perez - inimigo do pai de santo, com o apoio de Fernando Pilatti. "Ele presenciou o crime, mas teve medo de contar a verdade", argumentou o advogado Marcelo Siqueira, que defende o militar. O cabo não quis dar entrevistas. Ele disse que precisaria de permissão de superiores.
Outra testemunha, Wilson Correa, também disse que foi intimidado. "Recebi uma pressão forte dele", declarou em juízo. A babá Vera Lúcia da Silva não sabe quem foi exatamente que a ameaçou por telefone. Ela disse que por volta das 6h30 da manhã, ela recebeu um telefonema dizendo que tivesse cuidado com o que iria depor. "Era uma voz masculina, ofegante", disse. A babá duvida que Osni Noronha tenha matado os filhos, mas confirma o assassinato do cunhado. "Sei que foi por legítima defesa", defendeu ela.
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Osni Noronha não compareceu por supostos problemas cardíacos. "Já mandei averiguar esta situação", afirmou o juiz João Kopytowski, ao admitir que este foi um dos motivos do adiamento do julgamento.