João Pernambuco conviveu com praticamente todos os grandes músicos brasileiros da primeira metade do século passado. Dentre eles: Pixinguinha, Donga, Sátiro Bilhar e Heitor Villa-Lobos, que não poupou elogios ao dizer que "Bach não teria vergonha de assinar os estudos de Pernambuco como sendo seus". Resgatando esse compositor, o violonista Leandro Carvalho lança o CD "Leandro Carvalho - Descobrindo João Pernambuco", dando sequência ao disco anterior "João Pernambuco - O Poeta do Violão" (em relançamento) ambos com selo da Gravadora Eldorado.
A proeza de gravar quase a totalidade da obra de João Pernambuco foi levada a cabo com muita eficiência por Leandro Carvalho, um jovem com sólida formação musical, que não se limitou ao violão, mas partiu para os arranjos, direção e produção musical, envolvendo no projeto mais de 50 músicos e arranjadores de vários estados brasileiros.
Em "Leandro Carvalho - João Pernambuco, O Poeta do Violão" o resultado é fruto de uma ampla pesquisa sobre a vida e a obra de um dos maiores compositores da música brasileira e reúne as principais música de João Pernambuco. Estão agrupadas tanto as canções mais conhecidas, como o "Luar do Sertão", como choros instrumentais que marcaram época, como "Sons de Carrilhões".
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O segundo CD "Leandro Carvalho - Descobrindo João Pernambuco" continua explorando a obra desse notável compositor pernambucano. Desta vez foram gravadas música inéditas do compositor arranjadas por nove compositores de vários estados. Mais de 40 músicos integram esse trabalho, onde criam novas e inusitadas sonoridades.
As músicas do segundo CD têm o ineditismo das parcerias de Pernambuco com Pixinguinha e Donga. O encarte, todo bilingue, é prefaciado por Ariano Suassuna e traz fotos de todas as sessões de estúdios, além de imagens inéditas de João Pernambuco, cedidas pela família, e dois textos de Leandro Carvalho sobre a importância de João Pernambuco para a música brasileira.
João Teixeira Guimarães ou apenas João Pernambuco (1883-1947) nasceu em Jatobá (PE). Aos 12 anos mudou-se para o Recife e em 1904 para o Rio de Janeiro, onde se deparou com uma cidade em plena ascensão. O meio musical carioca se alvoroçou com a chegada de João Pernambuco. Sua presença era quase obrigatória nas chamadas "rodas de choro". Sua maneira diferente de tocar abriu caminho para uma nova etapa da música brasileira.
Em 1912, João Pernambuco conheceu aquele que serviu de trampolim para o início de sua carreira: Catulo da Paixão Cearense. Segundo o próprio Catulo, o que mais o impressionou em João Pernambuco foi seu vasto repertório de música da zona rural nordestina e da região canavieira litorânea, mais ligada ao Recife.
No final da década de 20, João Pernambuco gravou uma série de solos instrumentais que são vistos hoje como um marco não só do violão brasileiro mas da música instrumental. Sua maneira de interpretar fez escola que perdura ainda hoje.