Depois de seis horas, a reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal do Paraná (UFPR) terminou, ontem, sem nenhuma deliberação sobre a adesão da universidade ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
Com isso, os estudantes que ocupam o prédio da reitoria há uma semana decidiram continuar a ocupação apesar da decisão judicial determinando a desocupação do imóvel. Seis alunos que participam do movimento foram notificados pela justiça na terça-feira, sob pena de terem que pagar multa diária de R$ 100.
Desde o início da reunião, os estudantes deixaram claro que só deixariam a reitoria se o Conselho concordasse em realizar um plebiscito paritário, consultando estudantes, professores e servidores e sem contar as abstenções, sobre a adesão da instituição ou não ao Reuni. Eles também exigiam a não punição dos estudantes.
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No final da reunião, os conselheiros concordaram sobre a necessidade de discutir o assunto de forma ampla dentro da universidade, mas houve divergências sobre a aprovação ou não do plebiscito.
O clima esquentou quando o conselheiro Alípio Leal desafiou os estudantes dizendo que os conselheiros têm autonomia e não seguiriam indicativo de plebiscito.
Até esta quarta-feira, o grupo que ocupou a Reitoria não tinha apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que defende a prorrogação do prazo para o ingresso da UFPR no Reuni.
Os professores da UFPR já se posicionaram, em assembléia, contra o programa. Em todo País, apenas 15 das 54 universidades federais aderiram ao programa do governo federal e em pelo menos cinco delas há movimentos de ocupação semelhantes ao da UFPR.
O Reuni faz parte de um programa do Ministério da Educação com objetivo de permitir que pelo menos 30% dos jovens até 24 anos cheguem ao ensino superior.
Para isso, prevê aumento de verbas para as universidades, desde que essas se submetam a metas que prevêem aumento de vagas, redução das taxas de evasão, ampliação da mobilidade estudantil e articulação da educação superior com a educação básica, profissional e tecnológica. ''O Reuni aumenta o número de pessoas que entram e que saem da universidade, mas sem se preocupar com a qualidade do que vão aprender'', resume o professor Francisco de Assis Marques.
Folha de Londrina