A prisão da quatro integrantes da Contag (Confederação Nacional da Agricultura), entidade assemelhada ao MST, causou confusão no final da tarde e na noite deste domingo (23) em Porecatu, distante 85 quilômetros de Londrina, no norte do estado. Cerca de 200 manifestantes, segundo o delegado local, tentaram invadir a sede da Polícia Civil.
O delegado Elisandro de Souza Correia explicou que os quatro integrantes foram flagrados por policiais civis e militares por volta de 16h30 ateando fogo em um canavial na Fazenda Canaã, de propriedade da Usina Central do Estado, pertencente ao Grupo Atala.
Dhiego Ferrari, 20 anos, e Sueli Barbosa da Silva, 38, estariam ateando fogo na plantação. Gilson dos Santos Braga, 22, e Edmar Aparecido de Lima, 23, faziam a segurança em um motocicleta, com objetivo de impedir que alguém os flagrasse.
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"O Edmar confessou que estavam ateando fogo na propriedade", afirmou o delegado ao Bonde. "Ele disse que o grupo tem a posse da terra e estava queimando a cana para plantar outras culturas, mas não apresentaram os documentos da posse", disse Elisandro Correia.
Um grupo de famílias ligado à Contag acampou em parte da fazenda Canãa em dezembro do ano passado e já há mandado de reintegração de posse que, porém, não foi cumprido.
Segundo o delegado, Sueli, que seria esposa de um dos líderes do movimento, negou o crime. "Ela disse que estava dentro da propriedade de cana porque procurava por verduras selvagens e, quando se deu conta, o canavial estava em chamas", relatou.
A confusão
Após o flagrante, por volta de 19 horas, um grupo grande de pessoas começou a protestar na frente da delegacia. "Eram cerca de 200 pessoas que ameaçavam romper os portões e entrar", comentou o delegado. Ele afirmou que policiais de cidades de toda a região – cerca de 20 horas – foram chamados para conter a manifestação. "Ninguém ficou ferido e eles não chegaram a quebrar nada".
O tumulto só se dissipou às 21 horas. Os quatro presos assinaram termos circunstanciados de infração penal (TCIP) e foram liberados. "Eu tenho uma dezena de inquéritos instaurados para apurar crimes que teriam sido praticados pelos sem-terra: são denúncias de furto, dano, incêndios, ameaça e sequestro e cárcere privado", afirmou o delegado Elisandro, acrescentando que o incêndio de plantações na região se tornou "bastante comum".
Confira reportagem do jornal Tarobá 1ª edição: