Desde esta quinta-feira, os servidores da área de saúde do Estado estão de plantão na frente ao Palácio Iguaçu. A categoria pretende permanecer no local até ser recebida pelo governador Roberto Requião (PMDB). Neste período, todos os dias os servidores escreverão bilhetes, que serão pendurados em frente ao palácio, com reclamações sobre os baixos salários e reivindicando a abertura de negociações para o estabelecimento de reajuste salarial.
No início da manifestação, o grupo foi chamado para reunir-se com o chefe da Casa Civil Caíto Quintana. Na reunião, Quintana alegou que o Estado enfrenta problemas de queda de arrecadação. Ele solicitou cópia de vários contra-cheques apresentados pelos servidores e se comprometeu a mostrar a situação aos demais secretários na reunião, já marcada para terça-feira, quando será discutido o reajuste salarial dos servidores públicos. A expectativa é que na quarta-feira o governo divulgue sua proposta de índice de reajuste para o serviço público.
''Nós não queremos um índice pronto. Queremos negociar, saber da situação financeira do Estado'', diz Maria Cristina Hein Lacerda, diretora do Sindicato dos Servidores na Saúde (Sindisaúde). De acordo com ela, os funcionários estão há oito anos sem reajuste salarial.
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''O governo Lerner concedeu alguns reajustes em forma de gratificação, num total de 80%, mas só para os servidores de nível superior. O nível médio-elementar teve 0%'', diz Cristina, ressaltando que só 20% da categoria têm nível superior e foi beneficiada pelo reajuste.
O único ganho salarial neste período foi um abono de R$ 100,00, a título de gratificação de assiduidade. ''Se o servidor tiver uma falta ele não ganha estes R$ 100,00 e o valor também não entra para cálculo de aposentadoria'', diz Elaine Rodela, também diretora do Sindijus.
Os servidores reivindicam 95% de reajuste, correspondente ao zeramento da inflação desde julho de 1995 e a implantação de um Plano de Cargos e Salários (PCS). De acordo com Elaine, o Sindisaúde vem tentando marcar audiência com o governador desde janeiro. Dia 3 de junho, representantes do Sindicato levaram o problema à Assembléia Legislativa e reuniram-se com Caíto Quintana, mas não obtiveram nenhuma resposta.
Em maio, o sindicato chegou a colocou uma faixa na residência de uma servidora que mora perto da casa do governador, informando a disposição de negociação da categoria. ''Requião chegou a ir na casa da servidora e disse que era só nós o procurarmos. Só que até agora ainda nmão conseguimos sentar com ele'', diz Elaine.
Na ocasião, Requião também teria brincado, dizendo à servidora que depois queria também uma faixa de agradeciomento. ''Já mandamos avisar que a faixa já está pronta, só falta ele nos atender'', completa.