Mais de oitenta servidores públicos estaduais, segundo o Comando de Greve, de quatro das mais importantes unidades de saúde públicas do Estado fizeram paralisações-relâmpago pelo período de uma hora, pela manhã, como estratégia de greve, em Curitiba.
Os servidores que participaram do movimento trabalham no Hemepar (banco de sangue do Estado), Hospital São Vicente, Centro Psiquiátrico Metropolitano e Laboratório Central do Estado (Lacen). Na próxima quarta-feira, os grevistas confirmaram a paralisação em 70% dos setores do Hospital do Trabalhador, também na capital, pelo período de doze horas (das sete às 19 horas).
Para terça-feira, próximo dia 25, o Sindisaúde (sindicato da categoria) está articulando a paralisação em um hospital da Região Metropolitana de Curitiba. "Ainda não vamos divulgar o nome do hospital porque tememos que o governo tente enfraquecer o movimento ameaçando os servidores que queiram aderir à greve", afirmou a presidente do Sindisaúde, Elaine Rodella. Segundo ela, a intenção dos servidores lotados nesse hospital é de paralisar totalmente 70% das atividades por tempo indeterminado, inclusive no ambulatório.
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A paralisação-relâmpago desta sexta-feira interferiu apenas no atendimento do Centro Psiquiátrico Metropolitano, conforme informou o marceneiro Paulo Garcia. Disse que estava desde às 7 horas da manhã esperando encaminhamento para internar o irmão, Irineu Garcia, que tem problemas mentais. "O atendimento já é lento. A greve atrasa ainda mais o processo. Sou contra paralisações em setores de saúde", afirmou.
No entendimento da auxiliar de enfermagem do Hospital São Vicente, Eni dos Santos, a greve total é inevitável caso não haja negociação. "Estamos sem reajuste a seis anos. Trabalho doze horas por dia e folgo 24 horas pelo salário de R$ 303,00 por mês. É vergonhoso", disse. O São Vicente presta atendido a pacientes que possuem doenças infecto-contagiosas como hepatite e meningite.
Os servidores estaduais em saúde pública reinvindicam reposição salarial de 50,03%, planos de carreiras, cargos e salários, concurso público para contratação de mais funcionários e liberação de licença especial. O protesto começou cedo. Por volta das 7 horas, o Comando de Greve já estava em frente ao Hemepar. A paralisação foi das 10h30 às 11h30.
Conforme o Sindisaúde, por conta de lei federal, é obrigatório que, em casos de greve, 30% do atendimento em hospitais e bancos de sangue sejam mantidos. Nas próximas semanas devem acontecer paralisações parciais em hospitais e bancos de sangue do interior. Atualmente existem sete mil servidores em saúde pública no Estado.