Os funcionários técnico-administrativos do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em greve há uma semana, decidiram em assembléia que a paralisação total continua até quarta-feira pela manhã. A greve seria mantida mesmo que começassem a receber os salários nesta terça-feira, pelos bancos, os vencimentos do mês de setembro.
Eles não cederam à notificação enviada, no final da tarde de segunda-feira, pelo procurador regional da República do Ministério Público Federal (MPF), Fernando José Araújo Ferreira, ao Sinditest (sindicato que representa a categoria). "Se a partir de amanhã (hoje) os funcionários do hospital não retornarem ao trabalho já serão autuados perante a Justiça", disse Araújo Ferreira.
No documento, o procurador advertiu que se os depósitos fossem feitos e a categoria continuasse em greve, o Sinditest iria sofrer punições administrativas e penais por descumprimento à liminar do MPF, de cinco de agosto, que determinou que todos os funcionários do HC voltassem ao trabalho, quando iniciaram greve em julho. Para tanto, contou que iria enviar petição à Justiça Federal.
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Nesta quarta-feira pela manhã, em assembléia, os servidores do hospital vão definir se a categoria retorna as atividades ou não, independente do recebimento dos salários. A intenção da direção do Sinditest é que hoje a maioria vote pelo retono de 30% dos funcionários ao trabalho. Eles querem ser solidários aos técnicos lotados na UFPR, que não receberam os salários de setembro.
Conforme o procurador, o Banco Banestado que fica dentro da HC, começou a pagar os salários dos servidores. Ele pediu aos bancos do Brasil, Real e Bandeirantes, onde os demais funcionários têm contas, relatórios detalhados sobre os depósitos.
"O procurador está fazendo o trabalho dele, mas vamos fazer a vontade da categoria. Se decidirem desobedecer a ordem judicial, vou acatar a decisão, informar o procurador e defender o Sinditest juridicamente", disse o presidente do sindicato, Antonio Neris.