Cerca de 500 servidores públicos estaduais fizeram uma passeata em Curitiba contra a política salarial do governo Jaime Lerner. Dia 1º de junho é a data base do funcionalismo estadual, quando o governo e sindicatos deveriam estar discutindo o reajuste salarial do ano. Desde agosto de 1995 os servidores não recebem aumento. O índice reivindicado por eles é de 50,03%, que equivale à inflação dos últimos seis anos.
"Estamos há 5 anos e 10 meses sem reajuste salarial e na data base o governo nem sequer apresentou uma proposta de recuperação das perdas", disse o presidente do Sindicato dos Servidores da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Sindseab), Roberto de Andrade Silva.
Participaram da manifestação servidores da Secretaria de Agricultura, do Judiciário, do Ensino Superior e de outros segmentos da administração pública. A passeata terminou em frente à Secretaria de Estado da Fazenda. O Fórum dos Servidores havia protocolado um pedido de audiência ao governador Jaime Lerner no dia 16 de maio para tratar do reajuste, mas a reunião não tinha sido marcada.
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Aos manifestantes do Fórum dos Servidores juntaram-se professores da rede estadual de ensino que tiveram uma assembléia pela manhã para discutir as medidas que serão tomadas contra o governo do Estado. A assembléia aprovou um indicativo de greve para o dia 30 de agosto, caso não haja uma proposta de reajuste salarial.
Além disso, os professores devem realizar uma manifestação dia 20 de junho na Assembléia Legislativa em favor do projeto de lei que regulamenta as eleições diretas para diretores de escolas públicas.
Os professores também iniciaram uma campanha de conscientização dos deputados estaduais para votarem contra o projeto de resolução 411/00, apresentado pelo Governo do Estado no ano passado. Se a proposta for aprovada na assembléia, o quadro de magistério será extinto e os professores passariam a ser contratados pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
O Fórum dos Servidores também denunciou ontem o descumprimento do Governo do Estado em ordens judiciais para pagamento de precatórios trabalhistas. Roberto Silva conta que desde 1996 o governo não paga os precatórios. "Em abril houve um acordo no Tribunal Regional do Trabalho para que todos os meses fossem depositados R$ 3,2 milhões para os pagamentos", explica. "Mas poucos dias depois o procurador do Estado Joel Coimbra informou que o Secretário da Fazenda Ingo Hubert havia desautorizado o acordo e não fez os depósitos."