No Brasil existem 6 milhões de trabalhadores expostos à sílica livre cristalizada. O pó de sílica, liberado de algumas rochas, é responsável pela silicose. Sem cura e irreversível, a silicose é uma das doenças ocupacionais mais comuns em países em desenvolvimento. Estimativas oficiais dão conta da existência de cerca de 30 mil pacientes com silicose no Brasil. Mas o número de infectados pode ser maior em função da subnotificação.
A prevalência da doença se dá em cavadores de poços do Nordeste, responsável por 27% dos casos conhecidos. Outras atividades como construção civil, indústria de cerâmica, mineração e garimpo são potencialmente perigosas para o trabalhador. A silicose abre caminho para a ocorrência de doenças pulmonares, que deixam o paciente inválido e levam à morte.
Para alertar sobre os riscos da silicose, começou ontem e segue até sexta-feira em Curitiba o Seminário Internacional sobre Exposição à Sílica - Prevenção e Controle. "Trata-se de uma doença sem cura e progressiva, mas pode ser evitada com medidas preventivas", explica a médica do trabalho Antonieta Quirilo Miléo Handar, do Centro Metropolitano de Apoio à Saúde do Trabalhador (Cemast), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba.
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Além da medicina do trabalho, o tema interessa a engenheiros de segurança no trabalho e pneumologistas. Vão participar do seminário especialistas dos Estados Unidos, Chile e da Genebra. O evento é organizado pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério do Trabalho e Emprego, Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) e Associação Paranaense de Medicina do Trabalho (Apamt).