O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessutti, afirmou que o governo estadual pretende impedir veementemente a entrada da soja transgênica no Paraná. Até mesmo ir contra uma medida provisória federal e o próprio tratado do Mercosul.
Em entrevista a um telejornal local, Pessutti foi perguntado sobre o caso dos 97 agricultores paranaenses que possuem licença federal para plantar soja transgênica. Esses agricultores contam com o respaldo da medida provisória (MP) 131, que permite o plantio da soja modificada geneticamente a partir da assinatura de um documento que informa qual o estoque de sementes e para quem será vendida a produção.
O vice-governador afirmou que, a partir do sancionamento da lei estadual dos Transgênicos, marcada para a próxima segunda-feira, com a comprovação de que a soja é mesmo transgênica o governo poderá interditar a plantação e até mesmo queimá-la. Segundo Pessuti, a permissão obtida pelos agricultores não baseia-se em uma lei federal, mas em uma MP.
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Sobre os caminhões que vêm do Paraguai para descarregar no Porto de Paranaguá sem apresentar nenhum documento (pois no tratado do Mercosul não há nenhuma exigência sobre isso), Pessutti reiterou que o Paraná não quer criar nenhum tipo de atrito diplomático, mas que deve exigir o certificado de transgeníase também dos caminhões vindos do país vizinho. Mesmo sem poder impor barreiras na fronteira, barreiras rolantes deverão estar fiscalizando as estradas paranaenses.
Pessutti afirmou também que cargas lacradas vindas de outros estados podem transitar pelo Paraná, mas o tipo de lacre que será exigido elos fiscais paranaenses ainda não foi definido.
Os caminhões que estão parados nas barreiras sanitárias na divisa do Estado com São Paulo e Mato Grosso do Sul já começaram a realizar os testes de transgeníase, realizados gratuitamente pelo Estado nas próximas duas semanas para que esse impasse seja resolvido com mais rapidez.
Segundo o vice-governador, os testes devem demorar cerca de 15 minutos e, em dois dias, a situação nos postos de fiscalização deve ser normalizada.
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