O Ministério Público Federal está investigando denúncia de racismo, feita pelo soldado Ivan Luiz Camargo dos Santos, atualmente lotado no 12º Batalhão da Polícia Militar, em Curitiba. Ele declara ter sido vítima de discriminação racial por três vezes dentro da corporação e que, por ter denunciado o fato, está sofrendo represálias. O processo está sendo analisado pela procuradora Marcela Moraes Peixoto e ainda não tem data para ser julgado.
O fato que deu origem ao processo aconteceu em outubro do ano passado, quando o soldado teria recebido uma ordem do Capitão Lúcio Fortes Moreira Filho de ficar meia hora a mais no trabalho. ''Ele me disse que eu teria que trabalhar mais porque sou preto'', informou o soldado Camargo.
Segundo ele, esta é a terceira vez que sofre discriminação desde que entrou na Polícia Militar, há seis anos. ''Já me chamaram de macaco e eu também denunciei'' revela. ''Por causa disso estou sendo punido''.
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O soldado afirma que o fato de ele morar em Paranaguá e ser escalado para trabalhar numa viatura no centro da cidade, é uma espécie de punição velada pelas denúncias de racismo. Além disso, ele já foi preso por três dias, em novembro do ano passado, por ter dado entrevistas à imprensa sobre o caso. ''O racismo dentro da Polícia Militar existe, mas se você perguntar para as pessoas, ninguém vai confirmar por medo de represálias''.
Camargo aguarda o julgamento do processo e espera que a sua atitude sirva de exemplo para as pessoas que sofrem discriminação dentro da PM e não tem coragem de denunciar. O comandante do Batalhão de Polícia de Guarda da PM, Ademar Moletta, disse que o racismo é uma conduta inadmissível dentro da corporação e que a prática deve ser denunciada para que a PM possa tomar medidas legais.