Até o final deste ano, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) pretende triplicar as áreas de reservas privadas no Litoral Estado. A Organização Não Governamental (ONG) está tentando viabilizar a compra de terras dentro da Bacia do Rio Cachoeira, região mais degradada da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba. Apesar das negociações ainda estarem em andamento, a expectativa é que a SPVS consiga adquirir cerca de 14 mil hectares, pertencentes a vários fazendeiros, no valor estimado de US$ 3 milhões.
A degradação acentuada da Bacia do Rio Cachoeira deve-se ao processo de erosão causado pela passagem da água desviada da Represa de Capivari em direção a Paranaguá. De acordo com o engenheiro florestal André Rocha Ferretti, coordenador técnico da SPVS no projeto de captação de carbono da Reserva Itaqui, a concentração de carbono no local é muito baixa.
Há um ano, quando a SPVS adquiriu a Reserva de Itaqui, medições mostraram que, em áreas preservadas da Mata Atlântica, a concentração de carbono é de 150 toneladas por hectare. Já nas áreas devastadas do litoral, que viraram pasto, este índice é de apenas 0,3 tonelada e em locais de florestas já degradadas pela extração de madeira, a concentração fica entre 30 a 90 toneladas de carbono por hectare.
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Com a aquisição da Bacia do Rio Cachoeira, a SPVS passa a administrar duas áreas na região, dentro do projeto "Ação contra o Aquecimento Global": a Reserva Natural da Serra de Itaqui e a Bacia do Rio Cachoeira.
A compra de áreas pela SPVS para "captação" ou "sequestro" de carbono, como se denomina o programa, é o primeiro projeto desenvolvido na Floresta Atlântica e o terceiro no Brasil. Só existem programas semelhantes em Tocantins e no Mato Grosso, ambos administrados por ONGs.
A General Motors deve ser a provável parceira da SPVS no projeto da Bacia do Rio Cachoeira. A previsão é que US$ 3 milhões sejam necessários para a Bacia do Rio Cachoeira. O projeto, entretanto, prevê que a SPVS trabalhe nestes 40 anos utilizando apenas os rendimentos desta verba.
"Nossa primeira experiência deu certo, por isso queremos ampliar o programa, não só adquirindo mais áreas, mas também repassando nosso conhecimento no assunto para outras ONGs interessadas em projetos semelhantes", diz Ferretti. De acordo com Borges, um projeto importante neste sentido seria a aquisição de áreas de Araucárias, restritas a apenas 0,8% de sua área original.