A startup curitibana Anna Medicina Endocannabinoide, que surgiu para facilitar o acesso dos brasileiros à cannabis medicinal, acaba de lançar um marketplace para a aquisição de produtos importados com CBD (canabidiol) e vai criar os primeiros espaços físicos sobre o tema no país: na Santa Casa de Curitiba, hospital referência no Estado, e no Eco Medical Center, um ecossistema completo de clínicas e serviços médicos. A expectativa é atender mais de 12 mil pessoas até 2024.
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Os espaços físicos têm inauguração prevista para o início de 2023, já o marketplace acaba de entrar no ar com linhas de produtos próprios e de parceiros nacionais e internacionais. “Vai ser uma experiência sensorial completa. Não estamos vendendo só produtos, porque eles são importados e necessitam de receita médica para compra. Nosso propósito é acolher o paciente, tirar as suas dúvidas e apresentar os efeitos do CBD no corpo humano”, conta Kathleen Fornari, CEO e cofundadora da Anna Medicina Endocannabinoide. A startup tem como parceira a PUCMED (Productora Uruguaya de Cannabis Medicinal), uma das grandes referências do mercado mundial, fundada pelo médico Alfonso Ferretjans.
Atualmente, duas resoluções da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a 327 e a 660, regulam a importação e a aquisição de produtos com as propriedades do canabidiol, respectivamente. Uma das obrigações é a exigência de receita médica, independentemente do tipo de produto: dos óleos aos cosméticos, incluindo pomadas, bandagens e comprimidos.
O fato de estar dentro de espaços de saúde aproxima a startup dos médicos, que ainda estão se familiarizando com os tratamentos derivados do CBD. “É nosso dever fazê-los entender e acreditar no produto. Precisamos prestar esclarecimentos e treinamentos, até porque se trata de algo muito novo. Os profissionais precisam ter segurança para prescrever esses produtos”, ressalta Kathleen.
Ao atender tanto os pacientes quanto os profissionais, a Anna consegue unir as duas pontas e humanizar a aquisição dos produtos à base da cannabis medicinal. “O trabalho da Anna está pautado no serviço, muito além da venda dos produtos. Queremos despertar a curiosidade e esclarecer muitos dos mitos que cercam o uso desses produtos”, afirma a cofundadora.
Projeções otimistas
O interesse cada vez maior dos brasileiros pelos produtos com canabidiol para diversas enfermidades, a curiosidade e o volume de médicos interessados em prescrever esses produtos abre uma janela de oportunidades para a startup. Entre vendas, consultorias, orientações e esclarecimentos, a Startup espera atender mais de 12 mil pessoas até 2024.
Para isso, a expectativa da Anna é de oferecer diversas jornadas para o consumidor. “Para aquele que já conhece os produtos e tem uma prescrição, haverá o marketplace. Para o entusiasta, ele poderá tirar as dúvidas e usar nossa plataforma para se consultar com um médico”, explica Marcelo Velo, também cofundador da Anna. “Para aquele que já faz uso e colhe os benefícios, haverá garantia de recebimento do produto, algo que muitas pessoas sofrem hoje”, ressalta Velo.
As pesquisas sobre os benefícios do CBD seguem evoluindo a cada dia. Já há comprovação de que o corpo humano conta com um sistema endocanabinoide, que responde pela intersecção e comunicação de células, receptores e enzimas de vários órgãos. A presença do CBD auxilia na regulação de processos corporais, contribuindo para o sistema nervoso central e periférico, imunológico, endócrino e cardiovascular, entre outros.
Um potencial bilionário
O mercado da cannabis medicinal poderia se reverter em US$ 30 bilhões ao ano para o Brasil a partir de 2030, segundo os dados da Abicann (Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis). Os diversos produtos com as propriedades terapêuticas poderiam beneficiar e reduzir sintomas de pelo menos 18 milhões de brasileiros, o equivalente a quase 10% da população.
Dados da consultoria Kaya Mind estimam que, após o quarto ano da legalização, a cannabis medicinal poderia movimentar R$ 9,5 bilhões ao ano. A entidade também é mais otimista em relação ao volume de pessoas que poderia se beneficiar dos tratamentos: quase 40% da população ou 78 milhões de brasileiros, considerando as comprovações do tratamento em diversas enfermidades.