Uma epidemia relacionada principalmente às grandes cidades já está causando tanta preocupação em especialistas como a dengue, tuberculose e outras doenças emergentes. Trata-se das mortes violentas, principal causa da mortalidade entre pessoas entre 15 a 49 anos no País. O alerta para a ''nova epidemia'' foi feito ontem no 5º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, durante a mesa-redonda ''Saúde nas megacidades'', coordenada pelo médico sanitarista Antônio Sérgio Arouca.
O médico enfatiza que a epidemiologia é o estudo da inteligência do sistema de saúde, capaz de prever epidemias e apontar estudos que possam minimizá-las. No caso da epidemiologia da violência, reforça, é preciso ações conjuntas do poder público para controlá-la. ''A violência já é a principal causa da morte no País'', acrescenta.
Arouca, que já foi secretário de Saúde do Rio de Janeiro no final da década de 80, revela que a epidemiologia da violência já está sendo tema de estudos no País. O motivo para a epidemia, tanto quanto para o aumento da incidência de doenças infecciosas, está relacionado principalmente ao crescimento desordenado das grandes cidades, problemas com urbanização e crise financeira das famílias.
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''A dengue é uma doença relacionada, entre outras coisas, à precariedade de saneamento'', exemplifica Arouca complementando que enfermidades ligadas à miséria estão retornando.
Para evitar que doenças como dengue, tuberculose e malária se espalhem, o médico sanitarista defende uma reformulação no sistema de saúde no País, calcada na prevenção e na saúde da família. ''Mas esse sistema entra em choque com a indústria de medicamentos e com as políticas de saúde'', lamenta.