Mas nem só de glórias vive o trabalho voluntário. A ação também tem as suas intempéries e é preciso tempo e persistência para ver o resultado. "No começo é difícil, os meninos nos recebem com agressividade, que só passa quando eles adquirem confiança", revela o estudante alemão Mathias Schmalz, 19 anos, que trocou o serviço militar do seu país, pelo serviço voluntário na Chácara Quatro Pinheiros, em Mandirituba.
Ele esclarece que essa "agressividade" se manifesta quando os garotos perdem o interesse na atividade e que é preciso muito jogo de cintura para controlar. Esta é a primeira vez que Mathias realiza um trabalho voluntário e apesar dos contratempos garante que não está arrependido. Na chácara, ele realiza atividades que nunca pensou em fazer na Alemanha, e que estão sendo muito importantes para sua experiência de vida. É que alguns voluntários da chácara partilham a convivência diária com os meninos, dividindo tarefas que são comuns a todos.
E em época de escolhas, a experiência pode até mesmo apontar a profissão a ser escolhida pelos jovens que realizam o trabalho voluntário. Olivier Mathis, 23 anos, por exemplo, diz que o trabalho voluntário o ajudou a definir o seu futuro. "Quero ser educador", revela.