O menor C.H.R., de 15 anos, prestou depoimento neste sábado na 10ª Subdivisão Policial e assumiu ser o autor dos dois disparos que feriu mortalmente Paulo Araújo Silva, de 36 anos, num bar do Jardim Novo Perobal (zona sul). A vítima foi ferida no braço direito e na cabeça, permaneceu dois dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário e faleceu no dia 10 de fevereiro.
O menor contou que estava sendo ameaçado por Silva há cerca de um ano. A vítima, alegou o adolescente, acreditava que ele o havia roubado. ‘Ele chegou a tirar o revólver para mim e tive que esconder numa casa na vila para não morrer’, garantiu C..
Para não correr risco, ele permaneceu por alguns meses morando com o pai em Santa Catarina, onde ficou por cerca de um mês e meio. Como não conseguia emprego por ser menor de idade decidiu voltar para Londrina mas continuou sendo ameaçado.
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O adolescente passou, então, a andar armado até o dia do crime. ‘Eu cruzei com ele no bar e ele me falou que eu ia cedo embora (numa alusão de que poderia ser morto). Eu só tinha duas balas e, se errasse, dava para correr. Dei o primeiro tiro e acertei no braço dele.
Ele começou a gritar – ‘não faz isso comigo’ –, subiu num freezer para esconder atrás do balcão e eu dei o segundo tiro que acertou na cabeça’, relatou, friamente. Depois disso, o adolescente afirmou que fugiu, jogou a arma, um revólver calibre 32, no Lago Igapó e permaneceu escondido por três dias.
C. contou que o revólver era dele. Ele disse que comprou a arma por R$ 30,00 de um viciado quando tinha apenas 12 anos de idade. O adolescente se disse arrependido mas faria tudo de novo se encontrasse Silva pela frente. ‘Nunca tinha atirado e acertei o cara na cabeça. Acho que era a hora dele morrer.’ C. já tem uma passagem pelo Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciaadi) por ter furtado um caminhão de bebidas.
A história do adolescente não convenceu o delegado-adjunto da 10ª Subdivisão Policial, Jorge Barbosa. O delegado-adjunto disse que dispõe de informações que dão conta que crime teria sido encomendado. Como não foi autuado em flagrante, o menor irá responder a acusação em liberdade e tem audiência marcada para abril.