Os Agentes Penitenciários da PEPG (Penitenciária Estadual de Ponta Grossa)
vão realizar mobilização amanhã (03), às 13h, em frente da unidade para
protestar contra as transferências de 108 presos da cadeia pública da
cidade para a penitenciária. As transferências foram determinadas por
iniciativa da SEJU (Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos).
A lotação máxima da PEPG é de 432 presos, porém hoje o local abriga 435
pessoas. Com a chegada dos 108, a penitenciária abrigará um total de 543
detentos, um número muito além de sua capacidade. Para o SINDARSPEN
(Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná), essa ação irá prejudicar
as atividades da unidade.
"A rotina terá que ser alterada para garantir a segurança. Para tanto, os
trabalhos ficarão comprometidos, como a saída dos presos para o pátio de
sol, banho, visitas, escola e trabalho, sem contar que a caixa d'água, por
exemplo, não consegue suprir o aumento dessa demanda", diz o presidente do
Sindicato, Antony Johnson.
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Para Johnson, as transferências dos presos para a PEPG é mais uma tragédia
anunciada. "Vamos protestar contra as transferências para denunciar mais
uma vez sobre os riscos da superlotação. O que não queremos é reviver o
mesmo pesadelo da rebelião de Cascavel", explica.
Para o representante da categoria, o sucateamento do Sistema Penitenciário
acarreta inúmeras consequências. "A falta de estrutura e superlotação dos
presídios ferem os princípios básicos dos direitos a dignidade humana dos
presos. Com isso, os detentos ficam revoltados e, para reivindicar
melhorias, provocam rebeliões", complementa.