Um tijolo foi a arma utilizada para matar o bóia-fria Sebastião Ramos da Silva, de 63 anos, conhecido como ''Nininho''. Seu corpo foi encontrado no início da tarde desta terça-feira, abandonado numa vala às margens da Rodovia Olavo de Godoy, na entrada do Distrito de São Luiz (zona sul de Londrina).
Silva era bastante conhecido na localidade e o crime atraiu a atenção da população, que está acostumada com a tranquilidade do lugar. Com esta morte, o número de homicídios em Londrina sobe para 150. Em 2001, esse número só foi alcançado em 23 de dezembro.
De acordo com o perito criminal Luiz Carlos Kovacs, o bóia-fria foi golpeado na fronte e têmpora direita numa estrada de acesso a um sítio do distrito. Depois, o corpo foi arrastado por cerca de 80 metros por uma plantação de trigo e desovado numa vala de represamento de água da chuva. Os documentos pessoais e as roupas da vítima foram encontrados espalhados na trilha formada no trigal.
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Silva foi visto pela última vez ontem, por volta das 21h30. Nesse horário ele teria deixado o bar do comerciante José Alves dos Santos, onde cantou e ingeriu bebida alcoólica. ''Ele bebia mas era uma pessoa boa e não arrumava encrenca'', apontou Santos. O bóia-fria teria saído desacompanhado do bar.
Outros conhecidos da vítima também afirmaram que ele raramente se envolvia em confusão. ''A gente se conhecia há 22 anos e nunca vi ele fazer nada para ninguém'', disse o pedreiro Laurindo Garvin, 57 anos. Ele reclamou que em todos esses anos, nunca tinha visto um crime tão cruel como este no distrito.
Silva era muito conhecido na região porque cantava na igreja, além de já ter participado de uma dupla sertaneja há algum tempo. Ele não tinha família e morava sozinho em um sítio localizado há cerca de dois quilômetros do distrito. Cerca de 50 moradores de São Luiz acompanharam todo o trabalho da polícia.
O corpo foi encontrado por moradores por volta das 12 horas, segundo o soldado da Polícia Militar Héber Emerson Hiri. Numa investigação preliminar, aparentemente nada foi levado da vítima. Até esta tarde, a polícia ainda não havia identificado nenhum suspeito de ter cometido o crime, mas o soldado comentou que pelo menos duas pessoas podem estar envolvidas, já que o corpo foi arrastado por uma grande distância.
O homicídio será investigado pelo delegado do 6º Distrito Policial de Londrina, Algacir Ramos, que não foi localizado pela reportagem.