O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou mais uma vez que a PF (Polícia Federal) vai esclarecer assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Ambos foram mortos a tiros em março de 2018, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Passados mais de cinco anos dos crimes, ainda não se sabe quem mandou matar a vereadora nem a motivação do crime.
“Não tenham dúvida, o caso Marielle será, em breve, integralmente elucidado”, comentou Dino ao apresentar, nesta quinta-feira (21), balanço preliminar das ações que o ministério promoveu este ano. Embora os resultados definitivos só fiquem prontos em janeiro de 2024, o ministrou aproveitou a cerimônia de entrega de mais de 700 viaturas policiais para estados, já que vai deixar a pasta no início de janeiro para assumir cargo de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com Dino, a investigação do caso Marielle/Anderson Gomes está em fase de finalização. “Até onde esta fase chegará, eu realmente não sei, mas chegará ao final, qualquer que seja ele”, pontuou, sustentando que, ao longo do tempo, a investigação acabou por desaguar em apurações paralelas a respeito de outras práticas ilícitas, incluindo a recente operação em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai que resultou na prisão de um homem acusado de ser um dos maiores fornecedores de armas e drogas para organizações criminosas do Rio de Janeiro.
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“É preciso entender que a investigação do caso Marielle e o trabalho que estamos fazendo no Rio de Janeiro não são peças soltas. A operação feita no Paraguai é relativa ao crime organizado no Rio de Janeiro e em São Paulo. E ela continua [em andamento]. Tanto que, esta semana, houve um desdobramento, já envolvendo um brasileiro que trazia armas para o Rio de Janeiro, onde a operação desta semana avançou em direção a braços políticos e financeiros de organizações criminosas”, frisou, sem fornecer mais detalhes.
O ministro recordou que, ao assumir o ministério, em janeiro deste ano, declarou que o caso seria esclarecido em breve, com a identificação dos mandantes da morte de Marielle e motivações. Passado quase um ano, garantiu que as investigações avançaram, principalmente depois de a PF ter aberto inquérito para investigar os assassinatos, em fevereiro deste ano.
“Temos idêntico compromisso com todas as vidas dos brasileiros […], mas este é um caso fundamental por seu simbolismo de defesa das mulheres; das mulheres na política e, portanto, da política. Porque quem precisa de mulheres na política não são as mulheres, mas sim a política e o Brasil”, falou o ministro, destacando que o assassinato da vereadora é uma ocorrência simbólica e precisa ser esclarecida.
Presente à mesma cerimônia, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, reforçou que nem ele, nem o ministro têm acesso aos resultados da investigação, no entanto, disse estar convencido de que o trabalho está perto do fim. “Estes [últimos] meses [de trabalho] nos permitiram ter o otimismo e a convicção, pela qualidade do que está sendo apurado e pelo conteúdo das provas, de que daremos a resposta que a sociedade brasileira espera. Em que momento, só a equipe da investigação dirá.”