Londrina, Apucarana e Cambé estão entre as dez cidades com mais mortes em enfrentamentos com forças policiais do Paraná no primeiro semestre, indica levantamento divulgado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), divulgado nesta terça-feira (12). Em todo o Estado, foram 156 mortes em confrontos com a Polícia Militar e duas com guardas municipais (não houve mortes envolvendo atuação de policiais civis), uma queda de 37,8% em relação ao mesmo período do ano passado e de 32,5% quando comparado com o segundo semestre de 2022.
A capital Curitiba, com quase 1,78 milhão de habitantes, lidera o ranking, com 32 registros. Em seguida vem Londrina, com 16 óbitos para seus 556 mil habitantes. Logo depois figura Apucarana, com oito mortes em confrontos no primeiro semestre para seus 130 mil habitantes.
Cambé, na RML (Região Metropolitana de Londrina), está em quinto lugar. O município de 107 mil habitantes contabilizou seis mortes, mesma quantidade de Piraquara (118,7 mil). Antes deles, Foz do Iguaçu, de 285,5 mil habitantes, teve sete óbitos em confrontos no primeiro semestre.
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Também chamam a atenção cidades com poucos moradores que figuram na lista, como Terra Boa, que tem 17.568 habitantes e registrou quatro mortes em confrontos; Morretes (18.309 habitantes) e Cambira (9.460 habitantes), com três óbitos cada provocados por forças policiais.
O coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti, afirma que não avaliou especificamente os casos envolvendo Apucarana e Cambé, mas ressaltou que, muitas vezes, o local do confronto não é o mesmo de ocorrência do delito. “Eventualmente, a situação acontece em uma cidade e o resultado, o enfrentamento, é em outra. Não tem a ver com proporção da população, não tem a ver com a criminalidade local. Tem a ver que aconteceu aquele evento e não está fora de questão que lá, nós tenhamos policiais que sejam mais rápidos na decisão errada. Somos todos humanos”, afirma.
Batisti diz que a atuação do Ministério Público, nestes casos, é verificar quais foram as circunstâncias em que ocorreu o confronto. “Se elas nos levarem a um sentido de apuração, nós levamos [adiante]. Caso contrário, passa como um evento explicado. Não justificado, necessariamente, mas explicado”, explica.