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Alta demanda de trabalho

Delegado da PF revela dificuldades de manter o ritmo da Lava Jato

Agência Estado
27 abr 2016 às 09:46

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- Divulgação
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O delegado de Polícia Federal (PF) Filipe Hille Pace, que faz parte da equipe da Lava Jato no Paraná, afirmou em despacho do dia 6 de abril que a sucessiva deflagração de fases da operação, que já soma 28 etapas, "impossibilita a conclusão célere da análise de todo o material apreendido em fases pretéritas".

Para o delegado, também é inviável se estender por tempo indeterminado os inquéritos policiais "sob o pretexto de se aguardar a exaustiva e integral análise dos materiais apreendidos por ocasião de cada uma das fases da aludida operação policial".

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As afirmações de Pace revelam as dificuldades, até estruturais, da intensa rotina de trabalho da equipe da Lava Jato para manter o passo das investigações em Curitiba.

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O "desabafo" do delegado foi feito no âmbito de um inquérito que tem como alvos o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, já condenado a 12 anos e dois meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, e o lobista e ex-gerente da estatal João Augusto Resende Henriques, condenado a seis anos e oito meses de prisão pelos mesmos crimes, além de outros investigados. Os dois são apontados como cota do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras e que teriam sido "apadrinhados" pelo vice-presidente Michel Temer.

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A investigação, que começou em setembro de 2015 para apurar as suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas por parte dos investigados acabou revelando novas offshores, contratos de fachada e estratégias de ocultação de bens dos investigados envolvendo até familiares e conhecidos deles no Brasil, além de novos contratos da Petrobras nos quais teriam ocorrido pagamento de propinas de empresas internacionais.


Diante do grande volume de descobertas e indícios que podem levar a novos crimes, o delegado Filipe Pace apontou que "não há razoabilidade e possibilidade fática e humana a se apurar, no presente inquérito, todos os crimes que possam ter sido praticados pelos indiciados em desfavor da estatal brasileira".

Ele lembra ainda que há fatos envolvendo Zelada e Henriques ainda sob "investigações sigilosas e que novos fatos que vierem à tona vão dar origem a novos inquéritos, indicando que a investigação do núcleo do PMDB no esquema está longe de ser encerrada".


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